Neuropsicologia

Sistema nervoso periférico: função e anatomia

 
Irene Alabau
Por Irene Alabau, Psicóloga. Atualizado: 4 novembro 2019
Sistema nervoso periférico: função e anatomia

Você sabe qual é a função do sistema nervoso periférico, como é a sua anatomia ou por que o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico devem trabalhar coordenadamente?

O sistema nervoso periférico é formado por um grande número de nervos e é responsável por funções tão diversas como a respiração, os movimentos voluntários ou as respostas em situações de perigo. Além disso, sem a existência deste sistema, o cérebro não poderia receber informações, impedindo uma tomada de decisão que favoreça à sobrevivência. Se você quer saber mais sobre esse sistema, continue lendo esse artigo de Psicologia-Online - Sistema nervoso periférico: funções e partes.

Índice
  1. O que é o sistema nervoso periférico
  2. Sistema nervoso periférico: função
  3. Sistema nervoso periférico: anatomia
  4. Sistema nervoso periférico: doenças

O que é o sistema nervoso periférico

O sistema nervoso é o conjunto de nervos e células especializadas, os neurônios, responsável por controlar todas as funções do organismo, além de relacionar e coordenar as ações de diferentes órgãos e partes do corpo.

Sua atividade é realizada através da emissão e recepção de sinais elétricos ou impulsos nervosos. Do ponto de vista anatômico, o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central e periférico. O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e pela medula espinhal.

Sistema nervoso periférico: definição

O sistema nervoso periférico (SNP) é a parte do sistema nervoso que é composto pelos nervos e neurônios que estão fora do cérebro e da medula espinhal. Essa rede neural do SNP conecta o cérebro e a medula espinhal com o restante do organismo, permitindo a troca de informações.

O sistema nervoso periférico é constituído por sistema nervoso somático e autônomo.

  • O sistema nervoso periférico somático: é responsável pela informação do tipo sensorial e motora.
  • O sistema nervoso periférico autônomo: é responsável pelo controle das funções involuntárias corporais. O sistema nervoso periférico autônomo ou vegetativo, por sua vez, é dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.
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Imagem: researchgate.net

Sistema nervoso periférico: função

Quais é a função do sistema nervoso periférico? A seguir, explicamos as principais funções do sistema nervoso periférico:

  • A função principal do sistema nervoso periférico é a de conexão e relação entre o cérebro e a medula espinhal com o restante do corpo: os órgãos, os membros e a pele.
  • Possibilita que o cérebro e a medula enviem e recebam informações do ambiente, o que permite a reação aos estímulos externos e do ambiente.
  • Esse sistema permite a ativação da musculatura para realizar movimentos tanto voluntários como involuntários.
  • O sistema nervoso periférico cumpre um papel básico, garantindo a manutenção de condições internas estáveis. Depende dele o controle da respiração, a digestão, a salivação, etc. Permite realizar essas funções sem a necessidade de pensar conscientemente nelas.
  • As respostas de fuga ou luta também dependem deste sistema. Ele prepara e mobiliza o corpo para responder de maneira rápida diante de situações de perigo ou ameaça.
  • Graças a ele, informações sobre o ambiente são transmitidas ao cérebro, o que é necessário para gerar respostas. Essas reações têm a função de proteger o organismo e são vitais para a sobrevivência.
  • Os nervos do sistema nervoso periférico não são capazes de tomar decisões complexas, mas sem a transmissão de informação ao cérebro, ele não poderia elaborar respostas.

No seguinte artigo, você pode ver outras diferenças entre sistema nervoso central e periférico.

Sistema nervoso periférico: função e anatomia - Sistema nervoso periférico: função
Imagem: afh.bio.br

Sistema nervoso periférico: anatomia

Como é a anatomia do sistema nervoso periférico? As principais partes do sistema nervoso periférico incluem os nervos cranianos, os nervos espinhais e os gânglios nervosos. O sistema nervoso é formado por gânglios nervosos e 43 pares de nervos; 12 pares de nervos cranianos e 31 pares espinhais.

Nervos cranianos

Os nervos cranianos são parte do sistema nervoso periférico. Os 12 pares de nervos cranianos estão localizados na parte da cabeça e pescoço. Suas funções são sensitivas, motoras ou mistas:

  1. Nervo Olfativo (I): é responsável pelos estímulos e informação olfativa.
  2. Nervo Óptico (II): envia os estímulos visuais ao cérebro.
  3. Nervo Oculomotor (III): intervém nos movimentos musculares do olho.
  4. Nervo Troclear (IV): controla um dos músculos do olho que permite o movimento dos globos oculares.
  5. Nervo Trigêmeo (V): transmite informação sensorial sobre o rosto e a boca, além de ser responsável pela mastigação.
  6. Nervo Abdutor (VI): possibilita a abdução, ou seja, o movimento do olho para o lado oposto do nariz.
  7. Nervo Facial (VII): controla vários músculos da face, podendo criar expressões faciais, além de receber informações gustativas da língua.
  8. Nervo Vestibulococlear (VIII): responsável pelos impulsos auditivos, o equilíbrio e a orientação.
  9. Nervo Glossofaríngeo (IX): esse nervo está relacionado com a recepção de sinais da língua e da faringe e da emissão de ordens para essas áreas.
  10. Nervo Vago (X): conduz os impulsos da faringe e da laringe ao cérebro, recebe informações gustativas da epiglote e influência na ação de deglutição.
  11. Nervo Acessório (XI): ativa os músculos torácicos, abdominais e das costas.
  12. Nervo Hipoglosso (XII): transmite informações aos músculos da garganta e da língua.

Nervos espinhais

Os nervos espinhais surgem da medula espinhal e conduzem os estímulos do restante do corpo. Esses nervos têm uma parte sensitiva e motora. Os 31 pares de nervos espinhais são distribuídos da seguinte forma:

  • Oito pares de nervos cervicais (C1 a C8) que saem da coluna cervical.
  • Doze pares de nervos dorsais ou torácicos (T1 a T12) que emergem da coluna torácica.
  • Cinco pares de nervos lombares (L1 a L5) saindo da área lombar.
  • Cinco pares de nervos sacrais (S1 a S5) que surgem do osso sacro, localizado na base da coluna vertebral.
  • Um par de nervos coccígeos no cóccix.

Gânglios nervosos

Os gânglios são um grupo de corpos neuronais que fazem parte do sistema nervoso periférico. Estão localizados intercalados no trajeto dos nervos e são divididos em gânglios sensoriais ou autônomos, em relação à função que desempenham.

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Sistema nervoso periférico: doenças

O sistema nervoso periférico não é protegido por estruturas ósseas, o que o torna relativamente vulnerável à uma série de doenças. As doenças podem ser adquiridas ou desde o nascimento.

Doenças mais comuns do sistema nervoso periférico

As patologias mais comuns deste sistema são neuropatias, elas se referem ao dano ou doença de um ou vários nervos.

Existem vários tipos de doenças, devido à quantidade de nervos que formam o SNP. Os sintomas podem desenvolver-se rapidamente ou de maneira lenta, podendo levar anos. A sintomatologia geralmente ocorre em ambos os lados do corpo e começa pelos dedos dos membros. A neuropatia geralmente se manifesta mediante insensibilidade, dor, ardência, formigamento, debilidade, dormência, etc. Alguns dos tipos de neuropatias mais comuns são as seguintes:

  • Síndrome do túnel do carpo: pressão sobre o nervo do punho, causando insensibilidade e perda do movimento na palma da mão e dos dedos. Essa síndrome está associada às pessoas que trabalham normalmente com as mãos, realizando movimentos repetitivos.
  • Compressão do nervo cubital: lesão no nervo cubital, que está localizado em todo o braço. A dor ou dormência começa pelas mãos, podendo chegar ao cotovelo.
  • Compressão do nervo peroneal: esse nervo está localizado na parte inferior da perna. Existe uma perda de controle e massa muscular nos tornozelos, pés e pernas.
  • Síndrome de Guillain-Barré: outra das doenças do sistema nervoso periférico é o transtorno no qual o próprio sistema ataca, por engano, os nervos. As primeiras manifestações são formigamento e debilidade nos membros, se espalhando rapidamente e produzindo paralisia no corpo. Com tratamento, a maioria das pessoas se recuperam desta síndrome.
  • Neuropatia alcoólica: é devido ao dano dos nervos por causa da intoxicação alcoólica, além de uma má nutrição, característica do alcoolismo. A sintomatologia inclui dores e debilidade nos membros.
  • Neuropatia diabética: essa doença do sistema nervoso periférico se desenvolve devido ao desgaste dos nervos produzido pelos elevados níveis de açúcar no sangue. Os sintomas se manifestam tanto nos membros como no rosto.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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  • Castañeda Fernández, J. A., & Corral García, J. (2003). Neuropatías periféricas. Medisan, 7(4).
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  • Guyton, A.C. (1994). Anatomía y fisiología del sistema nervioso. Neurociencia básica. Madrid: Editorial Médica Panamericana.
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