Como perder o medo de dirigir
O medo de dirigir (também conhecido como amaxofobia) pode desencadear uma série de consequências que afetam vários aspectos da vida cotidiana. Ao longo da vida, pode ser necessário dirigir para participar de eventos sociais, profissionais, acadêmicos ou para lidar com emergências. Seja qual for o motivo, a condução de um automóvel exige total atenção e concentração enquanto você está na estrada. No entanto, pessoas que sofrem desse medo devido a situações traumáticas em suas vidas podem experimentar grande angústia e desconforto. Para reduzir os problemas causados por esse quadro, torna-se necessário implementar certas estratégias para aliviar a ansiedade ao dirigir.
Neste artigo de Psicologia-Online, forneceremos algumas dicas sobre como perder o medo de dirigir.
O que é o medo de dirigir ou amaxofobia
O medo de dirigir ou amaxofobia é um transtorno de ansiedade caracterizado pela persistência de um medo intenso e exagerado em relação à ideia de dirigir. Em outras palavras, nessas situações, a pessoa manifesta sintomas compatíveis com uma fobia de dirigir, o que afeta o desempenho de atividades cotidianas.
Segundo o DSM-V[1], é possível classificar a amaxofobia como um transtorno de fobia específica devido às particularidades refletidas em sua apresentação clínica. Para fazer uma avaliação precisa, é necessário que sejam atendidos uma série de critérios diagnósticos, como por exemplo:
- Medo ou ansiedade em relação à ideia de dirigir;
- Evitação do objeto ou da situação fóbica, ou seja, dirigir;
- Percepção de perigo real desproporcional à ansiedade ou ao medo causado pelo objeto e/ou situação;
- Duração de seis meses ou mais;
- Prejuízo nas relações sociais, profissionais e familiares;
- As alterações não podem ser explicadas pela presença de outros transtornos mentais ou pelo uso de substâncias tóxicas e/ou medicamentos.
Apesar da descrição acima, é importante ressaltar que o diagnóstico de amaxofobia deve ser feito por um profissional de saúde mental, pois ele será responsável por avaliar as condições clínicas individuais.
Visualização
A visualização é uma técnica psicológica baseada na criação de cenários mentais por meio da imaginação. Para aplicar a visualização de maneira adequada em casos de medo de dirigir, é importante focar em situações positivas envolvendo a condução de um carro.
Como exemplo, uma pessoa pode imaginar que estará relaxada enquanto dirige. Isso faz referência a um ambiente seguro e eficaz para desenvolver suas habilidades pessoais. Para realizar a visualização corretamente, é necessário ter um espaço livre de distrações.
Uma vez que a pessoa possa dedicar o tempo necessário para esse processo, é recomendável pensar em todo o percurso que será realizado durante a condução do veículo e, por fim, confiar na segurança de um resultado bem-sucedido.
Respiração diafragmática
Nos momentos de maior tensão, quando você pensar em precisar dirigir, é crucial estabelecer uma frequência respiratória de relaxamento. Nesse sentido, fazer exercícios de respiração diafragmática ajudará a reduzir os sintomas corporais característicos do medo de dirigir.
Além disso, a respiração diafragmática também pode diminuir a tensão nervosa, a ansiedade e os pensamentos negativos que interferem nesse quadro clínico. Para manter uma respiração em ritmo harmônico, recomenda-se inspirar e expirar o ar por vários minutos até que o corpo e a mente relaxem. No artigo a seguir, você encontrará alguns exercícios de respiração diafragmática.
Exposição gradual
Esta técnica psicológica tem como objetivo alcançar uma abordagem progressiva frente à situação ou objeto do qual se tem medo. No caso do medo de dirigir, é fundamental realizar ações que dissipem os pensamentos catastróficos e levem à inibição diante do estímulo.
Para alcançar esse resultado, a pessoa pode entrar em contato com o carro até que chegue o momento adequado para dirigir. Em outras palavras, nestes casos, é aconselhável tentar aumentar o tempo que você pode permanecer no veículo até que a situação deixe de gerar um nível de ansiedade impossível de controlar.
Ir acompanhado
Para que dirigir seja uma atividade mais prazerosa, outro ponto a ser considerado é ter uma companhia que traga tranquilidade. Pela amaxofobia provocar um aumento do nervosismo e da tensão nervosa, é importante estar acompanhado por pessoas que ofereçam apoio por meio de palavras encorajadoras e/ou gestos quando você estiver no carro.
Além disso, é importante que essa companhia crie condições ambientais favoráveis para que o ato de dirigir um carro seja realizado de forma eficiente.
Falar sobre seus medos
Expressar as emoções é um dos métodos mais eficazes para lidar com situações de ansiedade, como as experimentadas em casos de medo de dirigir. Nesse sentido, recorrer à psicoterapia é um convite à reflexão sobre o seu medo de dirigir, visando construir ferramentas que representem uma melhoria significativa.
Portanto, nos casos em que a amaxofobia impeça que você dirija um carro, falar sobre isso pode ajudar a diminuir a consistência dos medos. Caso não tenha acesso a terapia, também pode ser útil conversar com pessoas de confiança sobre seus medos em relação a dirigir.
Ser menos exigente
Por vezes, algumas pessoas se cobram excessivamente sem perceber. Nestes casos, pode surgir a ideia de que dirigir um carro é uma atividade que deveria ser realizada sem maiores complicações, o que gera uma pressão excessiva e uma ansiedade elevada difícil de suportar.
Por isso, aconselha-se ser menos exigente com essas questões para que essa situação não se torne um sofrimento. No fim, estabelecer metas mais realistas que diminuam as expectativas é uma excelente alternativa para superar o medo de dirigir.
Se você deseja saber mais sobre esse tema, confira nosso artigo "Amaxofobia: como lidar com o medo de dirigir".
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales (5.ª edición). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
- Cabañas Rojas, R., Casanova-Menal, I., Fernández-Montes Rodríguez, I. (2018). Terapia Cognitivo-conductual en un caso único de fobia a la conducción. Revista de Casos Clínicos en Salud Mental, 1 (1), 72-83.
- Orejudo Hernández, S., Froján Parga, M.X. (1996). Tratamiento de una fobia a conducir. Revista Análisis y modificación de conducta, 22 (84), 463-480.