Psicologia clínica

Desgaste emocional: causas, sintomas e tratamentos

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 25 julho 2024
Desgaste emocional: causas, sintomas e tratamentos

O desgaste emocional é um estado de exaustão mental e física causado pelo estresse prolongado e pelas intensas demandas emocionais. Pode provocar irritabilidade, falta de motivação e insônia. É comum em profissões que envolvem um alto nível de interação com pessoas, como saúde, educação e serviços sociais, embora possa afetar qualquer pessoa que experimente níveis elevados de estresse durante um período prolongado.

Essa é uma condição séria que pode afetar gravemente a qualidade de vida e a saúde geral, por isso identificar os sintomas do desgaste emocional e tomar medidas para gerenciá-los é imprescindível para manter o bem-estar emocional e físico. Neste artigo de Psicologia-Online, forneceremos informações sobre o desgaste emocional: causas, sintomas e tratamento.

Índice
  1. O que o desgaste emocional
  2. Causas do desgaste emocional
  3. Sintomas do desgaste emocional
  4. Tratamento do desgaste emocional

O que o desgaste emocional

O desgaste emocional, também conhecido como "burnout" ou síndrome de esgotamento profissional, é um estado de exaustão física, emocional e mental causado por estresse prolongado e excessivo no ambiente de trabalho. Em termos gerais, esse quadro clínico é utilizado no contexto laboral para destacar as dificuldades envolvidas no desempenho de tarefas específicas.

Essa condição se manifesta quando uma pessoa não consegue lidar adequadamente com as exigências e demandas recebidas de seu entorno. Este síndrome é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional que afeta milhões de trabalhadores em todo o mundo.

Causas do desgaste emocional

O desgaste emocional pode ser causado por múltiplos fatores que provocam estresse crônico e acumulado. A seguir, detalhamos as causas mais comuns:

  • Sobrecarga de trabalho: ter mais trabalho do que se pode lidar com razoabilidade pode levar à exaustão. Trabalhar muitas horas sem descanso adequado pode provocar desgaste emocional;
  • Falta de controle: a sensação de ter pouca ou nenhuma influência sobre as decisões relacionadas ao trabalho, organização do tempo e a distribuição de tarefas pode provocar impotência e frustração;
  • Falta de apoio: a ausência de respaldo emocional e profissional de colegas, superiores e da organização em geral pode aumentar o isolamento e o estresse;
  • Conflitos interpessoais: relações tensas ou conflitivas com colegas de trabalho, superiores ou clientes podem criar um ambiente laboral hostil e aumentar o estresse emocional;
  • Falta de reconhecimento e avanço pessoal: a sensação de que os êxitos não são devidamente reconhecidos e de que não há potencial para crescimento e desenvolvimento profissional dentro da organização;
  • Demandas emocionais intensas: altas exigências emocionais no trabalho, especialmente em profissões que envolvem cuidado e atenção a pessoas, podem esgotar os recursos emocionais de cada um. Neste artigo, abordamos o tema "Sobregarca emocional: o que é e como lidar com ela";
  • Altas expectativas: pressão para cumprir com padrões elevados de desempenho, muitas vezes autoimpostos ou esperados pela organização, o que pode levar à insatisfação e ao esgotamento.
Desgaste emocional: causas, sintomas e tratamentos - Causas do desgaste emocional

Sintomas do desgaste emocional

O desgaste emocional se manifesta através de uma variedade de sintomas que podem afetar tanto a saúde mental quanto física. Reconhecê-los é fundamental para tomar medidas preventivas e de intervenção precoce. A seguir, apresentamos os sintomas mais comuns do desgaste emocional:

  • Fadiga crônica: sensação constante de cansaço e falta de energia, mesmo após períodos de descanso. Essa fadiga afeta a capacidade de realizar atividades cotidianas e diminui a produtividade;
  • Falta de vontade e de motivação: perda de interesse e entusiasmo por atividades que antes você apreciava, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, diminuindo o rendimento e a satisfação geral;
  • Irritabilidade: maior sensibilidade e menor tolerância a situações que normalmente não causariam mal-estar. Isso provoca mudanças de humor constantes e respostas desproporcionais a pequenos conflitos;
  • Mudanças nos padrões de sono: dificuldade para conciliar ou manter o sono, além de despertar frequentemente durante a noite, o que provoca fadiga e reduz a capacidade de recuperação física e mental;
  • Isolamento social: tendência a evitar interações sociais e sentir-se desconectado dos outros. Isso pode provocar sentimentos de solidão e exacerbar o estresse emocional. Saiba mais em "O que fazer quando se está triste e sozinho";
  • Dificuldade de concentração: problemas para focar e manter a atenção em tarefas específicas, resultando em esquecimentos frequentes e erros no trabalho ou na vida diária;
  • Problemas físicos: surgimento de sintomas físicos como dores de cabeça, problemas digestivos e outras dores sem causa aparente, geralmente causadas pelo estresse e tensão acumulados.

A presença isolada de alguns desses sintomas não é sinônimo de desgaste emocional. Nesse sentido, é necessário que um profissional de saúde mental realize o diagnóstico. Identificar e compreender esses sintomas é essencial para lidar com o desgaste emocional.

Tratamento do desgaste emocional

O tratamento do desgaste emocional, ou burnout, requer uma abordagem integral que aborde tanto as causas subjacentes quanto os sintomas. As estratégias de tratamento podem variar conforme a gravidade do desgaste emocional e as circunstâncias individuais, mas geralmente incluem os seguintes tipos de intervenções:

Psicoterapia

A psicoterapia para o desgaste emocional se concentra em identificar e tratar os sintomas do burnout, bem como em desenvolver estratégias eficazes para enfrentá-lo. Abordagens como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), a terapia de aceitação e compromisso (ACT), a terapia interpessoal (TIP) e a terapia de grupo são particularmente úteis.

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a modificar padrões de pensamento e comportamento negativos. Saiba mais em "Terapia cognitiva comportamental: o que é e que técnicas usa";
  • Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): combina estratégias de aceitação e mindfulness com técnicas de mudança de comportamento;
  • Terapia Interpessoal (TIP): melhora as relações interpessoais e a comunicação, fundamentais para o bem-estar emocional;
  • Terapia de Grupo: oferece um ambiente de apoio onde se podem compartilhar experiências e aprender com os outros.

Essas abordagens terapêuticas buscam reduzir o estresse e melhorar a saúde mental através do desenvolvimento de habilidades práticas e da reestruturação cognitiva.

Farmacoterapia

A farmacoterapia pode ser uma parte efetiva do tratamento para o desgaste emocional, especialmente quando os sintomas são severos e afetam significativamente a qualidade de vida. Contudo, o uso de medicamentos deve ser supervisionado por um profissional de saúde mental especializado.

Além disso, é recomendável combinar o uso de medicamentos com intervenções psicológicas e mudanças no estilo de vida para abordar de maneira integral as causas e os sintomas do burnout. A seguir, apresentamos os medicamentos mais recomendados para o desgaste emocional:

  • Antidepressivos: como a fluoxetina e a sertralina, que aumentam os níveis de serotonina no cérebro;
  • Ansiolíticos: benzodiazepínicos como o diazepam e o lorazepam, ou buspirona, um ansiolítico não benzodiazepínico que tem menos risco de dependência;
  • Melatonina: um suplemento que regula o ciclo do sono e é útil para melhorar a qualidade do sono sem provocar efeitos colaterais.

Essas intervenções visam a melhorar o bem-estar emocional e físico, proporcionando um alívio dos sintomas e permitindo um melhor gerenciamento das demandas do dia a dia.

Desgaste emocional: causas, sintomas e tratamentos - Tratamento do desgaste emocional

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Martínez Pérez, A. (2010). El síndrome de Burnout. Evolución conceptual y su estado actual de la cuestión. Revista Vivat Academia, 112 (12), 42-80.
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