Laura Perls: biografia e contribuição para a psicologia

Laura Perls, nascida como Lore Posner, foi psicóloga e psicoterapeuta alemã naturalizada estadunidense, conhecida sobretudo por sua contribuição fundamental ao nascimento e desenvolvimento da psicoterapia Gestalt.

Seu interesse pela psicologia havia começado aos 16 anos com a leitura de "A interpretação dos sonhos de Sigmund Freud". Em 1930, Laura se casou com Fritz Perls: os dois haviam se conhecido trabalhando no Instituto de Psicologia de Frankfurt.

Em 1993 ambos emigraram da Alemanha durante a ascensão nazista e viveram durante dez anos na África do Sul. Ali escreveram seu primeiro livro "Ego, fome e agressividade", publicado em 1942. Este trabalho dá início à nova psicoterapia da Gestalt.

Em 1951, quando se mudaram para Nova York, os Perls, junto de Paul Goodman e Ralph Hefferline, publicaram "Gestalt Therapy: Excitement and Growth in the Human Personality", e desde 1952, com a ajuda de Paul Goodman, criaram o "New York Institute for Gestalt Therapy".

Quando, no princípio dos anos 60, Frederick Perls começou a viajar mais frequentemente devido ao compromisso com o "Instituto Esalen" na California, Laura ficou em Nova York. Finalmente, Laura Perls faleceu em 1990 aos 85 anos.

Para saber quem foi Laura Perls e a importância de sua figura dentro da história da psicologia, é preciso saber que, tanto ela como seu marido, Friedrich Perls, não hesitaram em introduzir técnicas derivadas diretamente das disciplinas artísticas ou em utilizar verdadeiros mediadores artísticos dentro das sessões terapêuticas.

Laura Perls, de fato, declarou que seu conhecimento da poesia contemporânea ajudou na terapia de uma jovem esquizofrênica que, totalmente silenciosa nas primeiras sessões, começou a se comunicar com ela unicamente através de sua produção poética.

A introdução do enactment, isto é, a dramatização, como conjunto de técnicas terapêuticas peculiares do modelo gestaltico (a célebre "cadeira vazia", a mais famosa das técnicas gestalticas, é uma forma de dramatização), procede do patrocínio convicto e apaixonado da arte dos Perls.

Isto se deve principalmente à constatação dos benefícios comprovados por sua aplicação no contexto terapêutico, especialmente com os pacientes que têm mais dificuldades para verbalizar o mal-estar e o incômodo. Não apenas a técnica da cadeira vazia foi retomada por outras abordagens teóricas, como é uma das técnicas mais estudadas até hoje.

O trabalho de Fritz Perls continuou depois de sua morte, em 1970, por sua esposa Laura; e a morte de Perls tornou cada vez mais claro como esta contribuiu significativamente para as consultas e psicoterapias da Gestalt, especialmente depois de estudar com Max Wertheimer. Então, quais foram as contribuições de Perls para a terapia Gestalt?

Formação de terapeutas da Gestalt

Em colaboração com Fritz, Laura dirigiu o instituto de formação Gestalt em Nova York durante quase 40 anos, continuando seu trabalho mesmo muito tempo depois da morte de seu marido. Por isso, Laura Perls se converteu em uma força influente na terapia da Gestalt e na formação dos terapeutas da Gestalt.

Dimensão "materna" da Gestalt

Laura Perls levou a cabo um estilo muito específico que difere do de seu marido Fritz na forma profissional de proceder, aplicando uma atenção amorosa, empática e apoio ao cliente em um trabalho muito simples. Isto é, Laura Perls encarna a dimensão "materna" da terapia Gestalt, características essenciais que fazem sua terapia Gestalt tão única e eficaz.

A Gestalt como um estilo de vida

A unidade corpo-alma não era uma exigência abstrata de Laura Perls, mas uma expressão de sua atitude positiva em relação à vida. Ela concebeu a terapia Gestalt como um estilo de vida: movimento, dança, uma conversa constante consigo mesma e a superação de todos os obstáculos internos.

A seguir, te mostramos algumas das expressões mais célebres de Laura Perls, uma das fundadoras da Gestalt:

• O indicador de saúde dos seres humanos é o desequilíbrio, isto nos mantém vivos. E é através da restauração do equilíbrio como os seres humanos vivem e se desenvolvem.
• A verdadeira criatividade, em minha experiência, está intrinsicamente vinculada com a consciência da mortalidade. Quanto mais aguda é esta consciência, maior é o impulso para produzir algo novo, para participar na criatividade infinitamente contínua da natureza, isto é, o que faz fora do sexo, o amor, pelo grupo, pela sociedade, de trigo e fruta, pão e vinho, e de som, música. Isto é o que faz a vida habitável e incidentalmente torna a terapia possível.
• A terapia Gestalt, com sua ênfase na consciência imediata e a participação, oferece um método para desenvolver o apoio necessário para um ajuste criativo autocontido que é a única maneira de enfrentar a experiência de morrer e, portanto, de viver.

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Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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