Mente e cérebro: quais são as diferenças na psicologia
A questão da relação entre a mente e o cérebro se apresenta desde as origens da cultura ocidental como um ponto central na análise do sujeito humano. Ao longo do tempo foram desenvolvidas várias teorias sobre o tema, algumas delas ainda conservadas no debate atual. De fato, o desenvolvimento da neurociência e os avanços nas pesquisas tecnológicas das últimas décadas propõem novas contribuições ao estudo da relação mente-cérebro. Os aspectos subjetivos da atividade psíquica, no entanto, mantêm o debate sobre suas diferenças aberto a diversas perspectivas científicas e filosóficas.
Neste artigo de Psicologia-Online, nos aprofundaremos no tema para entender melhor mente e cérebro: quais são as diferenças na psicologia.
O que é o cérebro
O cérebro é o órgão principal do sistema nervoso central, presente nos vertebrados e em todos os animais de simetria bilateral, incluindo o ser humano. O cérebro está situado no interior do crânio e faz parte do encéfalo, um conjunto de estruturas contidas dentro da caixa craniana.
Do mesmo modo, o cérebro pode ser definido como o órgão derivado do desenvolvimento das vesículas diencéfalo e telencéfalo. Da mesma forma, e com a ajuda do sistema endócrino, este órgão se ocupa de parte da regulação das funções vitais e é sede dos ajustes homeostáticos e das funções cerebrais superiores. A atividade cerebral que é estudada pelas neurociências da vida à mente com suas funções cognitivas superiores e, de forma mais geral, à psique com suas funções psíquicas, estudadas no âmbito da psiquiatria e da psicologia.
Se você quer saber mais sobre como o cérebro, pode ler os artigos Como funciona o cérebro humano e Partes do cérebro e suas funções.
O que é a mente
O termo "mente" é empregado frequentemente para descrever o conjunto das funções superiores do cérebro e, em particular, aquelas das quais se pode ter consciência subjetivamente em diferentes graus, como a sensação, o pensamento, a intuição, a razão, a memória, a vontade, etc.
Apesar de muitas espécies animais compartilharem conosco algumas destas faculdades, este termo geralmente é usado para se referir aos seres humanos. Muitas destas faculdades, rastreáveis a nível neurofisiológico na atividade do córtex cerebral, dão forma à inteligência em seu conjunto. O termo psique, por outro lado, faz referência à mente em sua totalidade, compreendendo a dimensão irracional ou, dito de outra forma, os instintos e a dimensão do profundo (inconsciente).
A mente na metafísica
Em alguns casos, ao uso do termo no sentido técnico neurofisiológico também foram adicionadas conotações metafísicas. Nesta perspectiva, a mente se converte em algo divido e esta suposta entidade sobrenatural assume qualidades pensantes que ajudam uma mente superior, como era o Deus de Espinoza.
Diferenças entre a mente e o cérebro
Qual é a diferença entre cérebro e mente? A seguir te mostraremos as principais diferenças entre a mente e o cérebro:
1. Definição
O estudo da relação entre a mente e o cérebro foi facilitado pela crescente difusão do termo em latim mens e sua tradução mind na corrente empirista da filosofia inglesa. De um ponto de vista léxico, os termos cérebro e mente são considerados praticamente sinônimos.
No entanto, mesmo que o significado de cérebro seja facilmente identificável com o órgão físico colocado na cavidade craniana, a palavra mente carece de uma definição objetiva e inequívoca. Entretanto, a mente geralmente é definida como o conjunto de atividades cognitivas de todo ser vivo dotado de consciência, pensamento, linguagem.
2. Localização no espaço
O cérebro, como órgão físico, tem propriedades de localização no espaço atribuíveis a subcomponentes, segundo os conceitos clássicos da física.
Já à mente não é possível aplicar os parâmetros espaciais e temporais da física ou teorias desenvolvidas no âmbito da matemática.
3. Distinção entre os níveis de análises
A relação entre a mente e o cérebro pode ser estabelecida do ponto de vista de uma distinção entre os níveis de análises. Por um lado, o nível de análise dos processos e fenômenos cerebrais estudados pelas neurociências e, por outro, o nível dos processos mentais que são objeto de estudo da psicologia.
4. Distinção filosófica
Os filósofos e psicólogos seguem divididos sobre a natureza da mente. Alguns deles, partindo da chamada perspectiva substancial ou essencialista, sustentam que a mente é uma entidade em si mesma, provavelmente com seu próprio fundamento funcional no cérebro, mas essencialmente diferente dele. Isto é, consideram ela uma existência autônoma e, assim, objeto de pesquisa.
Esta perspectiva, estabelecida por Platão, foi assumida posteriormente dentro do pensamento cristão e radicalizada por Descartes.
5. Neurofisiologia
A neurofisiologia moderna identifica as faculdades mentais como funções que podem implicar numerosas áreas do cérebro. Deste modo, é certo que o córtex cerebral é onde residem as faculdades mais elevadas, e também existem partes mais internas envolvidas, como a amígdala, o tálamo, o hipotálamo ou hipocampo, assim como aquelas corticais detectáveis no córtex frontal, córtex parietal, córtex temporal ou córtex occipital.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- Viggiano, M. P. (2021). Il rapporto tra mente e cervello: una ricerca continua. Recuperado de: https://www.psicologiacontemporanea.it/blog/il-rapporto-tra-mente-e-cervello-una-ricerca-continua/