Transtorno de linguagem expressiva: causas, sintomas e tratamento

O transtorno de linguagem expressiva (TLE) é uma condição que afeta a capacidade de usar a linguagem, tanto em crianças como em adultos. Frequentemente, as pessoas que sofrem desse transtorno apresentam dificuldades em seguir instruções verbais, lembrar palavras e conceitos e entender conversas. Também podem parecer pessoas tímidas ou silenciosas e podem evitar situações sociais que exigem falar em público ou interagir com outras pessoas.

Especificamente, as crianças com transtorno de linguagem expressiva podem ter dificuldades em formar frases gramaticalmente corretas, usar um vocabulário amplo e expressar seus pensamentos. Assim, pode afetar o desempenho acadêmico em áreas como leitura, escrita e habilidades sociais.

No caso de adultos, essa alteração da linguagem pode ter um impacto significativo em sua capacidade de se comunicar em situações pessoais e profissionais e, embora seja possível melhorar, pode ser uma dificuldade permanente ao longo da vida.

Quais são os transtornos de linguagem expressiva? Existem vários tipos diferenciados por sua etiologia, sintomatologia e prognóstico. Os tipos de TLE mais comuns são os seguintes:

• Distúrbio específico de linguagem (DEL): pessoas que sofrem deste distúrbio têm dificuldades significativas na aquisição e uso da linguagem, que não estão relacionadas com uma deficiência intelectual, perda auditiva, transtornos do espectro autista, problemas emocionais ou ambientais;
• Transtorno misto da linguagem receptiva-expressiva: pessoas com este tipo de transtorno da linguagem expressiva apresentam dificuldades na compreensão e expressão da linguagem oral;
• Transtorno fonológico: pessoas com transtorno fonológico têm dificuldades na produção de sons da fala e na compreensão da mensagem;
• Transtorno motor da fala: indivíduos com este transtorno motor da fala têm dificuldade em coordenar e planejar os movimentos necessários para produzir a fala;
• Afasia infantil: perda parcial ou total da capacidade de se comunicar através da linguagem oral. É causada por lesões cerebrais. Neste artigo você encontrará informações sobre tipos de afasia: características e exemplos.

As causas do transtorno de linguagem expressiva não estão completamente definidas, uma vez que não há uma única causa, mas acredita-se que possam ser resultado dos seguintes fatores:

• Fatores genéticos: estudos mostram que o transtorno de linguagem expressiva pode ter uma base genética. Pesquisadores identificaram certos genes que podem aumentar o risco de transtorno de linguagem. A análise genética pode ser útil para ajudar no diagnóstico de um transtorno de linguaguem e prever a evolução da doença;
• Problemas de desenvolvimento cerebral: o transtorno de linguagem expressiva pode estar relacionado a problemas no desenvolvimento cerebral. Isso pode ser devido a fatores como falta de oxigênio durante o parto, infecções ou lesões cerebrais. Estudos afirmam que há diferenças na estrutura e função do cérebro em comparação entre crianças com transtorno de linguagem expressiva e crianças com desenvolvimento comum da linguagem;
• Fatores ambientais: podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de linguagem expressiva. Alguns desses fatores podem ser exposição a determinadas toxinas durante o desenvolvimento fetal, estresse, nutrição inadequada na infância, abuso infantil e falta de estimulação linguística em idade precoce;
• Problemas emocionais ou sociais: algumas crianças com transtorno de linguagem expressiva também podem passar por problemas emocionais ou sociais que contribuem para dificuldades comunicativas, como ansiedade social, baixa autoestima ou isolamento social;
• Presença de outros transtornos: transtornos de linguagem expressiva também podem estar relacionados a outros problemas do desenvolvimento neurológico, como transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que também foram relacionados a diferenças na estrutura e função do cérebro.

Se o transtorno de linguagem expressiva se manifesta na idade adulta, pode ser devido a lesões cerebrais ou transtornos do desenvolvimento da fala e da linguagem que não foram abordados adequadamente na infância. Além disso, o transtorno também está relacionado ao envelhecimento ou doenças degenerativas, como Alzheimer e demência.

Como saber se meu filho tem transtorno de linguagem expressiva? Os sintomas variam de pessoa para pessoa, ou seja, podem se manifestar de diferentes maneiras. A seguir, mostramos as principais características do TLE:

• Vocabulário limitado: pessoas com transtorno de linguagem expressiva podem ter dificuldades para expressar seus pensamentos e sentimentos porque não encontram as palavras adequadas. É possível que seu vocabulário seja limitado ou que usem palavras simples com mais frequência;
• Erros gramaticais: quem sofre de TLE, às vezes, apresenta dificuldades linguísticas para formar frases gramaticais. Eles podem cometer erros na estrutura das frases, na ordem das palavras e podem ter dificuldade em usar pronomes, preposições e outros elementos da linguagem corretamente;
• Dificuldades para seguir instruções verbais: indivíduos com transtorno de linguagem expressiva podem ter problemas para seguir instruções de natureza verbal. Eles também podem ter dificuldade em lembrar sequências de instruções, então pode ser necessário repetir essas instruções várias vezes para que as compreendam completamente;
• Dificuldades para manter conversas: dificuldades para participar de conversas com outras pessoas e para seguir o fio da conversa ou entender linguagem figurada. Por esse motivo, às vezes, pessoas com transtorno de linguagem expressiva evitam iniciar conversas, falar em público ou se envolver em situações sociais para evitar mal-entendidos e sentimentos de frustração que podem afetar sua autoestima;
• Problemas para descrever eventos: o TLE também pode afetar a capacidade de contar histórias ou descrever eventos. É mais difícil organizar pensamentos e fornecer detalhes importantes.

Como ajudar uma criança com transtorno de linguagem expressiva? Essa alteração na linguagem pode ser tratada de forma eficaz se for detectada em uma fase precoce. As principais metodologias usadas para estimular a linguagem expressiva são:

• Terapia da fala: é o tratamento mais utilizado atualmente para tratar o TLE. A terapia pode ser realizada individualmente ou em grupo. Inclui exercícios para melhorar a pronúncia, a gramática, o vocabulário e a capacidade de seguir instruções verbais;
• Terapia ocupacional: pode ser benéfica para tratar o TLE em crianças e adultos. A terapia ocupacional concentra-se em ajudar os indivíduos a desenvolver habilidades práticas e funcionais para o desempenho de suas atividades cotidianas, o que inclui a linguagem e a comunicação. São ensinadas técnicas de respiração, vocalização e pronúncia, bem como o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais que permitem ao paciente interagir e comunicar-se de maneira eficaz em diferentes situações;
• Educação especial: garante a inclusão de crianças com transtorno de linguagem expressiva e ajuda-os em seu processo educativo. Por meio de treinamento prévio, os professores podem utilizar estratégias específicas para ajudá-los a entender melhor o material e se comunicar de maneira eficaz. Em algumas escolas, materiais educativos adaptados e estratégias específicas são usados para melhorar a comunicação;
• Tecnologia assistida: esta ferramenta pode ser muito útil para tratar o TLE. Esse tipo de tecnologia permite que crianças e adultos se comuniquem de maneira mais eficaz. Atualmente, existem dispostivos com tecnologia de reconhecimento de voz, auxílios visuais e dispositivos de comunicação alternativa que funcionam muito bem como complemento à terapia.

Em resumo, o transtorno de linguagem expressiva não é uma condição relacionada à capacidade intelectual das pessoas, mas afeta as capacidades de expressão verbal e desenvolvimento de habilidades linguísticas. Com o tratamento adequado, as pessoas com TLE podem aprender a se comunicar eficazmente e melhorar sua qualidade de vida.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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