Psicologia clínica

Ataque de pânico e ansiedade: quais são as diferenças

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 30 janeiro 2023
Ataque de pânico e ansiedade: quais são as diferenças

É frequente que na linguagem cotidiana certos termos sejam parecidos. Nestes casos, as pessos podem pensar que duas palavras possuem um único significado mesmo que existam diferenças consideráveis entre elas. No terreno da psicologia, a informação com dados errados que circula por redes, meios de comunicação e contextos sociais em alguns casos pode dar lugar à confusão e levar a pensar que os dois termos são iguais. Por acaso é a mesma coisa falar de um medo e de uma fobia? São a mesma coisa os pensamentos repetitivos e as obsessões? O ponto principal destes exemplos é que não deveríamos dar por certo que determinados termos teóricos possuem o mesmo significado.

Neste artigo de Psicologia-Online te falamos da Ataque de pânico e ansiedade: quais são as diferenças.

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Índice

  1. O que é um ataque de pânico
  2. O que é um ataque de ansiedade
  3. Qual é a diferença entre o ataque de pânico e de ansiedade

O que é um ataque de pânico

É denominada ataque de pânico a sensação física e mental vinculada à certeza de que algum evento inesperado e negativo ocorrerá. Em linhas gerais, os ataques de pânico se apresentam após se experimentar certos eventos desfavoráveis na vida de uma pessoa, já que geralmente existem fatores traumáticos como base deste quadro.

Do ponto de vista clínico, é possível situar o cenário que implica o ataque de pânico dentro do grupo dos transtornos de pânico delimitados pelo DSM-V[1] como base de suas características principais.

Critérios diagnósticos de um ataque de pânico

A seguir você encontrará os critérios diagnósticos que devem estar presentes para se chegar a um diagnóstico correto de um ataque de pânico:

  • Medo e/ou certeza da morte.
  • Tremores.
  • Palpitações.
  • Suor excessivo.
  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Tonturas.
  • Sensação de que a pessoa se veja a si mesma de fora.
  • Angústia excessiva.
  • Perda de equilíbrio.
  • Falta de controle corporal.
  • Mudanças de comportamento evidentes.
  • Duração de um mês ou mais.
  • As alterações não podem ser explicadas pela presença de outros transtornos mentais nem pela ingestão de substâncias tóxicas ou medicamentos.
Ataque de pânico e ansiedade: quais são as diferenças - O que é um ataque de pânico

O que é um ataque de ansiedade

Em termos concretos, um ataque de ansiedade consiste na aparição de pensamentos vinculados a que algo prejudicial ocorrerá em um determinado momento. Quando isto acontece, podem surgir sensações físicas que incomodam a pessoa, já que não são episódios agradáveis.

Tomando-se como principal referência o DSM-V[1], é possível apontar os ataques de ansiedade dentro do transtorno de ansiedade generalizada. Embora cada quadro tenha características que o diferenciam de outros, compartilham alguns critérios específicos que são necessários conhecer para reconhecer a problemática.

Critérios diagnósticos de um ataque de ansiedade

A seguir te mostramos alguns pontos a ter em conta para estabelecer um diagnóstico correto dos ataques de ansiedade:

  • Preocupações excessivas a respeito do presente e do futuro.
  • Inquietação.
  • Dificuldades na atenção e concentração.
  • Deterioramento das relações sociais, profissionais e familiares.
  • Duração de seis meses ou mais.
  • As alterações não podem ser explicadas pela presença de outros transtornos mentais nem pela ingestão de substâncias tóxicas ou medicamentos.
Ataque de pânico e ansiedade: quais são as diferenças - O que é um ataque de ansiedade

Qual é a diferença entre o ataque de pânico e de ansiedade

Mesmo que estas condições clínicas apresentam certas semelhanças que podem dar lugar a confusão, é possível realizar certas diferenciações entre elas. A seguir te explicaremos quais são as principais diferenças entre os ataques de pânico e ansiedade:

De acordo com a intensidade

A intensidade do ataque de pânico e a ansiedade se diferenciam notavelmente. Em primeiro lugar, a intensidade dos ataques de pânico é repentina e inesperada devido aos sintomas se apresentarem sem aviso prévio.

Por outro lado, nos ataques de ansiedade existe um incremento gradual dos sintomas que uma pessoa pode apresentar e podem surgir indícios que permitam antecipar o momento.

De acordo com a origem

Por outro lado, a origem dos ataques de ansiedade e de pânico também são diferentes. Em primeiro lugar, os ataques de ansiedade se originam por fatores estressantes que se produzem na vida de uma pessoa, os quais geram os sintomas que se manifestam.

No entanto, os ataques de pânico podem ter uma origem confusa e ilógica desde um ponto de vista consciente.

De acordo com os sintomas

Por sua vez, os sintomas que se apresentam em um ataque de ansiedade podem ter diferentes intensidades, assim alguns são mais leves e outros podem ser moderados e graves. Por outro lado, os ataques de pânico se caracterizam pela predominância de sintomas extremamente intensos.

De acordo com a percepção

A percepção dos eventos geralmente varia em ambos os quadros. Durante um ataque de ansiedade, a pessoa pode compreender que existem situações ameaçadoras, mas que fazem parte de sua interpretação.

Em troca, os ataques de pânico têm como condição a certeza de uma experiência que acontecerá.

De acordo com a duração

Por último, outra das diferenças principais entre os ataques de pânico e de ansiedade é sua duração. Enquanto que os ataques de pânico podem durar um tempo limitado, os ataques de ansiedade perduram de forma indefinida se não forem tratados por profissionais da saúde mental.

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Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta ed.). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Escribano, S. (2017). Trastorno de pánico y su tratamiento psicológico. Revisión y actualización. KATHARSIS, 23 (1), 166-176.
  • Navas Orozco, W., Vargas Baldares, M.J. (2012). Trastornos de ansiedad: Revisión dirigida para atención primaria. Revista Médica de Costa Rica y Centroamérica, 69 (604), 497-507.

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