Crescimento pessoal e autoajuda

Como ajudar um viciado que não quer ajuda?

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 31 dezembro 2024
Como ajudar um viciado que não quer ajuda?

Quando um viciado não quer ajuda, é necessário estabelecer limites, entender a natureza do vício, oferecer apoio e identificar momentos de abertura. Os vícios podem trazer consequências negativas para a saúde, a economia e as relações sociais de uma pessoa.

Embora você tenha noção das consequências que podem ocorrer, é possível não perceber que está sofrendo. Diante dessa situação, continue lendo este artigo da Psicologia-Online, no qual trazemos informações sobre como ajudar um viciado que não quer ajuda.

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Índice
  1. Estabelecer limites firmes
  2. Estimular a autorreflexão
  3. Compreender a natureza do vício
  4. Oferecer apoio
  5. Organizar eventos sociais
  6. Identificar momentos de abertura
  7. Oferecer informações e alternativas
  8. Elaborar uma lista de prioridades

Estabelecer limites firmes

Geralmente, nos casos de vício, observa-se uma desorganização persistente na percepção do tempo e do espaço. Assim, a pessoa que está passando por sintomas de abstinência costuma recorrer a qualquer recurso disponível para obter o que deseja. Essa situação pode levá-la a cometer atos criminosos, manipular pessoas ao seu redor, buscar atenção ou transgredir normas estabelecidas.

Neste contexto, é compreensível que uma pessoa viciada possa resistir em receber ajuda profissional. No entanto, isso não significa que se deva colocar sua vida ou bem-estar em risco. Por isso, a implementação de limites claros e firmes pode ser uma ferramenta fundamental para proteger tanto a saúde física quanto a mental. Um exemplo disso é estabelecer horários rígidos para o lazer ou impor rotinas de higiene e sono, entre outras medidas. Neste artigo, contamos "Como impor limites".

Estimular a autorreflexão

Muitas vezes, as pessoas viciadas não reconhecem o tamanho de seu problema. Em vez de apontar constantemente os problemas causados pelo vício, você pode estimular a autorreflexão com perguntas que as convidem a pensar sobre sua situação. Você pode perguntar suavemente coisas como: "Você acha que essa situação é sustentável a longo prazo?" ou "Como você se sente com o que aconteceu ultimamente?". Essas perguntas podem ajudá-las a começar a questionar seu comportamento sem se sentirem julgadas.

Compreender a natureza do vício

Para podermos ajudar aqueles que sofrem, é essencial que a situação de conflito se torne visível. O vício é uma doença crônica do cérebro que afeta a tomada de decisões, o autocontrole e a capacidade da pessoa de reconhecer as consequências de suas ações.

Não se trata apenas de falta de vontade. Às vezes, a pessoa viciada nega que tem um problema porque não quer admitir que tem um vício, ou porque tem medo da mudança, já que a abstinência e o tratamento podem parecer assustadores. Admitir que tem um problema pode gerar sentimentos de culpa e vergonha. Compreender isso ajudará você a ser mais compassivo e a se frustrar menos com a pessoa.

Como ajudar um viciado que não quer ajuda? - Compreender a natureza do vício

Oferecer apoio

Embora a pessoa não tenha a intenção de ser ajudada, você pode acompanhá-la no processo de recuperação. Para isso, ofereça contenção emocional e apoio nos momentos difíceis do dia. Fale com a pessoa a partir do entendimento e do apoio emocional. Use a escuta ativa e faça perguntas abertas para que ela se sinta ouvida, não atacada.

Organizar eventos sociais

Diante da dúvida sobre o que fazer quando um viciado não quer ajuda, organizar eventos sociais pode ser uma excelente maneira de apoiar indiretamente uma pessoa viciada e oferecer uma alternativa aos ambientes geralmente associados ao consumo de substâncias.

Esses eventos podem ajudar a pessoa a se conectar com outras, experimentar diversão sem recorrer às drogas ou ao álcool, e fomentar relações saudáveis. O objetivo não é confrontar nem falar diretamente sobre o vício, mas criar espaços positivos onde a pessoa se sinta apoiada sem pressão. Assim, o viciado pode se beneficiar e perceber uma melhora no humor.

Identificar momentos de abertura

Pode ser que a pessoa não esteja sempre disposta a falar, mas há momentos em que ela está mais receptiva. Por exemplo, após uma experiência negativa relacionada ao seu vício (como um problema no trabalho, com a família, ou problemas de saúde), ela pode estar mais aberta para ouvir. Aproveite esses momentos de vulnerabilidade de forma compassiva, sem se aproveitar de seu sofrimento.

Como ajudar um viciado que não quer ajuda? - Identificar momentos de abertura

Oferecer informações e alternativas

Esse recurso é eficaz com indivíduos que não toleram limites ou imposições externas. Se a pessoa rejeitar sua ajuda, você pode fornecer informações sobre os recursos disponíveis, como programas de tratamento, linhas de apoio ou terapeutas especializados. Isso não significa pressioná-la, mas simplesmente deixar claro que existem opções quando ela estiver pronta para procurá-las. Você pode deixar panfletos ou informações em lugares acessíveis, como seu quarto, mas sem a forçar.

Elaborar uma lista de prioridades

Se você não souber o que fazer quando um viciado não quer ajuda, um bom conselho é elaborar uma lista de prioridades. Quando uma pessoa está imersa no vício, sua percepção sobre o que é importante e sua capacidade de priorizar ficam gravemente afetadas.

Uma abordagem útil é guiar a pessoa na elaboração de uma lista de prioridades, o que permitirá que ela reflita sobre os aspectos importantes de sua vida e como o vício afeta essas áreas. Esse exercício ajudará a pessoa a recuperar clareza sobre seus objetivos e a visualizar as consequências de suas ações.

Agora que você sabe o que fazer quando um viciado não quer ajuda, não perca estes artigos sobre "Tipos de vícios e suas consequências" e "Vício em drogas: causas e consequências".

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Becoña Iglesias, E., Oblitas Guadalupe, L. A. (2003). Psicología de la salud y adicciones: perspectiva terapéutica. Revista de Psicología de la PUCP, 21 (1), 71-106.
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