Crescimento pessoal e autoajuda

Como lidar com o desprezo

 
Sara Sanchis
Por Sara Sanchis, Psicóloga especializada em Crescimento Pessoal. 13 fevereiro 2023
Como lidar com o desprezo

O desprezo pelos outros é um ato pelo qual uma ou mais pessoas não atendem adequadamente a outro indivíduo, chegando mesmo a agir de forma vexatória em relação a ele ou ela. Os efeitos negativos desse desprezo podem ser extremamente prejudiciais para a saúde emocional e psicológica da pessoa que o sofre, pois pode minar profundamente sua autoestima e força interior.

Neste artigo de Psicologia-Online, propomos 8 dicas de Como lidar com o desprezo para ajudar as pessoas que sofreram ou sofrem atualmente, para que possam seguir em frente com força e crescimento interior. A orientação será dada tendo em conta as duas situações citadas anteriormente.

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Índice
  1. Tomar consciência de que estamos sendo desprezados
  2. Conectar-se com as consequências negativas que esse desprezo gera
  3. Não tolerar o desprezo
  4. Modificar as situações de vida que sejam necessárias e possíveis
  5. Cuidado e fortalecimento pessoal
  6. Modificar a percepção
  7. Ser compasssivo
  8. Perceber a mudança do agressor

1. Tomar consciência de que estamos sendo desprezados

O primeiro e mais importante passo nessa situação é tomar consciência de que estamos sendo desprezados por uma pessoa. Às vezes é a pessoa que revela essa situação vexatória, mas em muitas outras, por ser um desprezo sutil que pode passar por um comportamento típico de pessoas com certas personalidades fortes sem mais delongas, acontece que a pessoa abusada sai se deteriorando física, psicologicamente e emocionalmente sem saber exatamente o motivo disso.

Tomar conhecimento de tal abuso é importante para iniciar o caminho da proibição e acabar com esse mau comportamento.

2. Conectar-se com as consequências negativas que esse desprezo gera

Uma ferramenta que nos ajudará a tomar consciência do abuso a que estamos sendo submetidos e a lidar com o desprezo será nos conectar com as consequências negativas que estamos sofrendo como resultado desse abuso.

Ver como nossa saúde física, mental e emocional está sendo gradualmente prejudicada e como tudo isso afeta negativamente os acontecimentos normais de nossas vidas, facilitará a consciência desses maus-tratos sofridos que, em alguns casos, são negados pelo medo de serem mais abusados.

3. Não tolerar o desprezo

Neste ponto, é importante que adotemos uma atitude firme de “tolerância zero” com o desacato recebido. Qualquer tipo de desprezo é intolerável no tratamento entre seres humanos, portanto, adotar uma atitude de intolerância a qualquer manifestação de maus-tratos ou desprezo, por mais inofensiva que pareça, nos fortalecerá, nos ajudará a não tolerar qualquer tipo de abuso em nós mesmos e isso nos permitirá defender os outros de possíveis situações semelhantes.

4. Modificar as situações de vida que sejam necessárias e possíveis

A melhor ferramenta é, como comentamos anteriormente, adotar essa atitude de não tolerância com qualquer tipo de abuso. No entanto, existem situações em que, por diversos motivos, essa atitude não é suficiente para interromper o abuso, pois ele continua se manifestando em nossas vidas (por exemplo, nos casos de chefes abusivos diante dos quais nossa mudança de atitude não é suficiente; pessoas muito agressivas e manipuladoras com grande dificuldade em controlar seus impulsos, etc.)

Nestes casos, a melhor opção é modificar as situações vitais necessárias para eliminar a situação de desprezo e maus tratos sofridos. Se necessário, será conveniente mudar de emprego, afastar-se do ambiente da pessoa que nos agride, mudar de residência (se necessário, etc.), denunciar à polícia, etc.

5. Cuidado e fortalecimento pessoal

Diante de qualquer atitude de desprezo, é importante realizar um trabalho de cuidado e fortalecimento pessoal que nos ajude a estabelecer fortemente a atitude de respeito aos direitos humanos e próprios e tolerância zero com abusos e qualquer tipo de desprezo e violência contra alguém.

Nas palavras de Hellen Keller, uma escritora e ativista política americana que sofreu privação sensorial desde muito jovem, "somente através de provações e sofrimentos a alma é fortalecida". O trabalho de cuidado pessoal melhora nossa autoimagem e nos dará forças para, a partir da situação vivenciada, poder proteger, apoiar e acompanhar as pessoas que estão passando por situações de abuso em suas vidas.

6. Modificar a percepção

Uma vez fortalecidos, podemos modificar nossa visão da situação. O abusador torna-se mais uma das muitas vítimas do abuso sofrido. E é assim que geralmente acontece. As pessoas que desprezam os outros o fazem por alguma deficiência emocional que surge como consequência de más experiências que ocorreram em suas próprias vidas. Em muitas ocasiões, as pessoas que eles desprezam foram desprezadas por pessoas importantes em suas vidas e acabam desempenhando o mesmo papel.

Conseguir adotar essa visão apaga muito do desconforto experimentado por entender que a mesma pessoa que vem nos atacando é uma pessoa frágil, fraca, que encontrou nessa forma de agir uma forma de se proteger de seus próprios demônios e sombras.

7. Ser compasssivo

Incorporar esta nova visão da situação abre completamente o nosso coração e nos permite adotar uma atitude compassiva e misericordiosa para com o agressor, vendo-o como vítima das suas próprias más experiências de vida.

Para entender melhor o tema, recomendamos que você leia o artigo sobre o que é o perdão e como aplicá-lo.

8. Perceber a mudança do agressor

Essa abertura de coração nos une ao nosso inimigo agressor "inicial". Nossa atitude gentil e compassiva para com ele chocará a pessoa que te despreza, silenciando essa força maligna que o controla e libertando-o dela.

No fundo de sua alma, a pessoa que nos fez sofrer acabará apreciando profundamente nossa atitude de perdão e misericórdia com ela, arrependendo-se fortemente da dor causada e mudando sua atitude de desprezo por um novo comportamento de respeito e cuidado com o próximo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia

Etxebarria, I. (2020). "Las emociones y el mundo moral". Editorial Síntesis.

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