Experimento de Asch: influência da maioria e a conformidade
Acontece, ao menos uma vez na vida, o fato de nos encontrarmos na situação de concordar com o resto do grupo, mesmo que na realidade a gente não concorde com aquela opinião. Esse processo tem sido chamado de conformismo ou influência da maioria, e se refere à forma de como o pequeno grupo no qual estamos inseridos influencia em nosso modo pessoal de ver a realidade. Portanto, estamos mais preocupados em nos adaptarmos às escolhas dos demais do que em expressar nossas próprias opiniões.
No experimento feito por Asch em 1956, uma opinião até mesmo banal, sem nenhuma consequência positiva ou negativa para o sujeito, foi fortemente influenciada pela opinião da maioria. Neste artigo de Psicologia-Online, descobriremos juntos o experimento de Asch, aprofundando, então, o tema da influência da maioria e a conformidade.
O que é o experimento de Asch
Em que consiste o experimento de Asch? Veremos que é a conformidade social de acordo com Solomon Asch através do procedimento descrito abaixo, desenhado por ele:
- O protocolo experimental previa 8 sujeitos, dos quais 7 eram colaboradores do pesquisador e se reuniam em um laboratório, sem que o oitavo sujeito do experimento tivesse conhecimento, que se apresentava como um exercício normal de discriminação visual.
- O experimentador apresentava aos participantes duas fichas, uma com três linhas de diferentes comprimentos em ordem decrescente, enquanto que em outra se desenhava uma linha, de comprimento igual à primeira linha da primeira ficha.
- Depois era perguntado aos sujeitos, começando pelos cúmplices, qual era a linha correspondente nas duas fichas. Depois de duas repetições normais, na terceira série de perguntas, os cúmplices começavam a dar a mesma resposta e que era claramente errada.
Neste artigo, contaremos mais a respeito da conformidade social: o que é, experimentos, tipos e exemplos.
Exemplo de experimento de Asch
Imagine que você está em um experimento de Asch com outras seis pessoas. O experimentador explica que você participará de um estudo sobre julgamento perceptivo e pede que você diga qual das três linhas da figura corresponde à linha padrão. É fácil ver que a linha 2 é idêntica à linha padrão e é natural que as cinco pessoas que respondam antes de você deem essa resposta.
A prova de comparação que se segue também se mostra fácil e vocês são preparados para o que parece ser uma prova simples, mas a terceira prova te deixa perplexo/a. Ainda que a resposta certa pareça bem óbvia, a primeira pessoa questionada dá uma resposta equivocada. Quando a segunda pessoa também dá a mesma resposta equivocada, você volta a olhar bem para as fichas.
A terceira pessoa segue a resposta das outras duas primeiras. Você fica boquiaberto/a, e começa a suar e se perguntar o que está acontecendo. "Eles são cegos ou eu que sou?". A quarta e a quinta pessoa repetem o que os demais responderam. Depois o experimentador se dirige a você. O que você está vivendo é um dilema epistemológico: "Qual é a verdade? O que dizem meus companheiros ou o que meus olhos veem?".
Nesse exemplo podemos observar o resumo do experimento de Asch e como se analisa a influência da maioria e a conformidade.
Objetivos do experimento de Asch
O objetivo do experimento de Asch era estudar as condições sociais que induzem o indivíduo a resistir ou a se conformar pelas pressões do grupo quando este expressa uma opinião contrária ao evidenciado. A hipótese básica de seu experimento era que ser membro de um grupo é uma condição suficiente para modificar as ações e, em certo ponto, também os julgamentos e percepções visuais de uma pessoa.
O que é o efeito de Asch? O experimento se centrava na possibilidade de influenciar nas percepções e nas avaliações de dados objetivos, sem recorrer a falsas informações sobre a realidade ou a distorções objetivas óbvias.
Conclusões do experimento de Asch
Muitos estudantes experimentaram esse conflito participando dos experimentos de Asch. Aqueles que foram submetidos ao experimento por vontade própria, em mais de 99% das provas, davam a resposta correta. Asch se perguntou se os sujeitos estariam dispostos a declarar o que antes haviam negado, em caso de vários participantes darem a mesma resposta errada.
Mesmo que algumas pessoas nunca tenham se conformado, três em cada quatro pessoas fizeram ao menos uma vez. Ao final, 37% das respostas eram adaptadas, ou confiavam nas respostas dos demais. Evidentemente, que em 63% das vezes os sujeitos não se conformavam.
Os experimentos mostram que a maioria das pessoas diz a verdade mesmo quando outros não o fazem, mas, apesar da independência apresentada por muitos participantes nas pesquisas, a sensação de Asch sobre a conformidade era tão clara como as respostas corretas às suas perguntas.
O fato de que pessoas jovens, inteligentes e bem intencionadas estejam dispostas a chamar de preto aquilo que é branco é uma situação preocupante. Nos faz duvidar de nossos sistemas educativos e dos valores que guiam nosso comportamento (Asch, 1955).
Os resultados da pesquisa são surpreendentes, porque implicam uma pressão gratuita para se conformar, já que no experimento de Asch não haviam prêmios para o jogo em equipe e nem castigos para o individualismo.
Onde podemos aplicar o experimento de Asch
O experimento de Asch demonstra claramente o poder de influência da maioria. Os participantes se deixam influenciar pelo julgamento da maioria, apesar de o julgamento ser contrário a sua própria percepção.
Ainda que a pequena amostra utilizada para o estudo e sua homogeneidade não possam fazer com que os resultados atingidos sejam considerados como universais, o experimento de Asch, repetido ao longo do tempo com diferentes variáveis, tem o mérito de ter aberto o caminho para outros estudos de psicologia social muito importantes.
De fato, o procedimento de Asch se tornou um padrão em centenas de experimentos posteriores. Além disso, em 1962, Solomon Asch se juntou ao programa de televisão estadunidense "Candid Camera" para demonstrar o quão rápido uma norma social básica, como a de que pessoas ficam em pé em um elevador, poderia ser invertida conforme a opinião do grupo. Imagine todos os comportamentos que você poderia alcançar com o engano, por meio do poder da pressão social.
Já que você se interessa pelo experimento de Asch, pode ser que você também gosto de ler O que é a necessidade de aprovação e como eliminá-la.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- MYERS, D. G. (2009). Psicologia sociale. Milán: McGraw-Hill.