Psicologia social

Pressão social: o que é e como superá-la

 
Gianluca Francia
Por Gianluca Francia, Psicólogo. 4 maio 2022
Pressão social: o que é e como superá-la

É amplamente conhecido que os seres humanos são suscetíveis à pressão social e que podem praticar ações ou tomar decisões (inclusive claramente equivocadas) devido a esta influência. A partir dos anos cinquenta do século XX, a psicologia social tem se questionado sobre os motivos que podem levar às pessoas a se comportar de maneira ilógica ou prejudicial para os outros quando estão submetidas a pressão por parte do grupo.

Esta pressão social também pode ser potencializada pela existência de figuras que se apresentam dotadas de autoridade e carisma (como os líderes), ou que se adaptam de maneira excessiva a seu status e aos papéis que dele se derivam. Neste artigo de Psicologia-Online nos aprofundaremos no tema para compreender a pressão social: o que é e como superá-la.

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Índice
  1. O que é pressão social
  2. Causas da pressão social
  3. Efeitos da pressão social
  4. Consequências da pressão social
  5. Como superar a pressão social

O que é pressão social

Podemos afirmar que a pressão social se traduz na incapacidade de uma pessoa para manter seu critério, opinião e crenças diante das pressões de outras pessoas ou a pressão do grupo. Quando isto não se manifesta raramente, mas continuamente, e a pessoa cede e se deixa arrastar todos os dias pelo que as pessoas dizem, acham e fazem, está claramente sujeita à pressão social.

Pressão social: o que é e como superá-la - O que é pressão social

Causas da pressão social

O ser humano, quanto ser social por natureza, desde as primeiras fases de sua infância precisa urgentemente satisfazer todas as necessidades de pertinência e, precisamente por esta necessidade básica de pertinência, podemos começar a ceder diante da pressão social exercida pelo entorno e pela sociedade na qual vivemos.

Agora, o que a pressão social causa em adolescentes? Nesta etapa da vida a pressão social é mais intensa já que, nos jovens, a necessidade de pertencer e se sentir parte de um grupo é levada aos extremos e chega a influenciar diretamente na formação e desenvolvimento da personalidade. Mas é precisamente na adolescência onde, ao ceder à pressão social, ataca de maneira determinante a identidade do indivíduo.

Há pesquisas que afirmam ter encontrado uma correspondência direta entre o início do consumo de drogas e outros maus hábitos e a pressão social que o grupo exerce durante esta fase importante da vida. Ao longo da vida, a pressão social pode seguir afetando nossa ação cotidiana e influenciar nossas decisões de uma maneira totalmente singular.

A pressão social tem sua origem em uma série de causas que produzem a necessidade de serem guiados por outra série de pessoas, assim como de serem aceitos socialmente por eles. Entre os diversos fatores cabe destacar, sem dúvida, os seguintes:

  • Insegurança pessoal.
  • Baixa autoestima.
  • Deficiências de aspecto físico.
  • Sensação de inferioridade.
  • Falta de personalidade e motivação.
  • Necessidade de reconhecimento.
  • Dificuldade para se relacionar.
  • Sensação de rejeição social.
  • Falta de afeto.

Efeitos da pressão social

Existem numerosos estudos e casos no campo da psicologia social, nos quais se demonstra que uma pessoa pode mudar de opinião e até mesmo superar seus próprios limites e princípios se o resto do grupo ao que pertence tem uma ideia comum ou contrária à sua. Isto acontece apenas pelo fato de obedecer à conformidade social, pela pressão social, por medo de serem rejeitados e se sentirem aceitos.

Experimento de Asch

Planejado pelo psicólogo social polonês Solomon Asch em 1956. Segundo a pesquisa do estudioso, ser membro de um grupo é uma condição suficiente para modificar as próprias ações e até mesmo os julgamentos e percepções visuais de uma pessoa. No experimento, um sujeito é levado a um quarto com outras pessoas, atores que previamente tinham recebido instruções sobre como se comportar.

Asch mostra uma imagem com três linhas numeradas e pede a cada pessoa no quarto que identifique a linha mais longa. Os atores responderam primeiro, escolhendo deliberadamente a linha errada, cometendo um erro evidente e óbvio.

Os resultados mostraram que, em média, 32% dos sujeitos do ensaio deram respostas claramente incorretas, demonstrando uma vez mais que as pessoas tendem a se adaptar ao grupo apesar das provas evidentes diante de seus olhos.

Para saber mais sobre este experimento sobre a pressão social, consulte nosso artigo O experimento de Asch: influência da maioria e a conformidade.


Experimento de Milgram

A obediência à autoridade está enraizada em todos nós. Isto é demonstrado por um experimento levado a cabo em 1961 pela psicóloga Stanley Milgram que quis medir até que ponto estamos dispostos a obedecer aos «chefes», mesmo que suas demandas causem sofrimento a outras pessoas.

Foi pedido a uma série de indivíduos que interpretaram a parte dos professores e administraram descargas elétricas nos estudantes que responderam de forma errada às perguntas. Os estudantes se encontravam em outro quarto, respondiam errado de propósito fingindo receber descargas elétricas, pedindo clemência.

Apesar de suas queixas, a maioria dos «professores» continuaram administrando descargas elétricas cada vez que uma figura autoritária pedia que o fizessem. No final, 65% dos sujeitos receberam descargas elétricas letais. Os resultados confirmaram que as pessoas normais estariam dispostas inclusive a matar para obedecer a uma figura que mostra autoridade.


Experimento de Zimbardo

O experimento da prisão de Stanford foi uma tentativa de investigar os efeitos psicológicos do poder percebido, centrando-se na luta entre prisioneiros e carcereiros. Foi conduzido pela Universidade de Stanford em 1971, por um grupo de pesquisa dirigido pelo professor de psicologia Philip Zimbardo e utilizando como voluntários os estudantes universitários.

O experimento consistia em designar os estudantes participantes em papéis de guardas e presos em uma prisão simulada. Zimbardo demonstrou que os indivíduos de um grupo unido, tendem a perder a identidade pessoal, a consciência, o sentido de responsabilidade, alimentando a aparição de impulsos antissociais.

Poucas horas após começar o experimento, os que foram colocados na função de guardas começaram a abusar dos prisioneiros. Estes foram assediados com insultos de forma contínua. Em menos de uma semana, alguns guardas haviam se tornado sádicos e intensificaram o abuso de prisioneiros com o passar dos dias.

Nenhum dos participantes que se converteram em carcereiros mostrou sinais de personalidade sádica antes do início do experimento. Os resultados demonstram que as pessoas se ajustam aos papéis sociais que devem desempenhar, especialmente se os papéis são tão estereotipados como os dos guardas de prisões.

Pressão social: o que é e como superá-la - Efeitos da pressão social

Consequências da pressão social

Como a pressão social nos afeta? Através da pressão social se chega a exercer certa influência na tomada de decisões e no comportamento das pessoas. E, mesmo que, às vezes, existam consequências positivas e negativas, são os efeitos negativos da pressão social os que começam e intercedem mais sobre o bem-estar do indivíduo. Entre eles podemos destacar os sentimentos de tristeza, ansiedade, culpa ou decepção na pessoa que cede.

Como superar a pressão social

O que podemos fazer diante de tudo isto? É preciso trabalhar essa questão, porque a pressão social pode ser derrotada. Para isso é preciso pedir ajuda de um profissional, de modo que se fixem objetivos a alcançar: reforçar a autoestima, melhorar as habilidades sociais e os valores pessoais, aprender aspectos fundamentais como, por exemplo, a positividade.

No entanto, aqui estão algumas das estratégias que podem ajudar a prevenir e combater a pressão social nos diferentes contextos nos quais pode ocorrer:

Por parte do trabalho

  • Acompanhamento.
  • Promover o trabalho em equipe.
  • Promover a companhia.
  • Promover o diálogo e as relações de trabalho.
  • Promover um bom ambiente de trabalho.
  • Facilitar o equilíbrio entre o trabalho e a vida privada dos trabalhadores.

Por parte do indivíduo

  • Aprender a dizer não
  • Evitar os pensamentos negativos.
  • Promover a proatividade.
  • Reforçar seus critérios.
  • Superar as crenças limitantes.
  • Superar medos e inseguranças.
  • Eliminar o negativismo e o pessimismo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Moscovici, S., Mugni, G. y Pérez, J. (1991). La influencia social inconsciente: estudios de psicología social experimental. Editorial Anthropos.
  • Ibáñez, T., Botella, M., Domènech, M., Lajeunesse, J., Martínez, L., Pallí, C., Pujal, M. y Tirado, F. J. (2004). Introducción a la psicologia social. Editorial Eureca.
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