Psicologia cognitiva

Teoria do iceberg de Freud

 
Gianluca Francia
Por Gianluca Francia, Psicólogo. 23 março 2022
Teoria do iceberg de Freud

A metáfora do iceberg é uma imagem que foi aplicada a diferentes áreas profissionais ao longo da história, por exemplo, no setor literário e o dos recursos humanos. Para a maioria, no entanto, é conhecida sobretudo pelo uso que se faz na psicologia para explicar a estrutura de nossa mente segundo o modelo freudiano.

De fato, neste artigo de Psicologia-Online descobriremos a Teoria do iceberg de Freud, quais são seus princípios, exemplos práticos para saber como aplicá-la. Descubra toda a informação que te trazemos sobre este fenômeno!

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Índice

  1. Teoria do iceberg de Freud
  2. Princípios da teoria do iceberg de Freud
  3. Como aplicar a teoria do iceberg de Freud

Teoria do iceberg de Freud

Sempre tendemos a considerar apenas uma parte do que somos, assim como o que nos rodeia. Existe realmente apenas o que vemos? Ao longo da história a psicologia tratou de refutar esta ideia, considerada simplista e incompleta.

O médico austríaco, chamado Sigmund Freud, tentou utilizar a famosa metáfora do iceberg. Ensinou a um público, ainda velho e estabelecido, que não precisa se preocupar apenas com o que está na superfície.

Freud é considerado universalmente um grande inovador por suas descobertas que nos proporcionaram conhecimentos e meios de intervenção completamente novos. Estes constituem as bases da psicologia moderna e, no entanto, são dois os conceitos fundamentais expressados pelo pai da psicanálise para a compreensão da metáfora do iceberg: o determinismo psíquico e o inconsciente.

Princípios da teoria do iceberg de Freud

O significado da teoria do iceberg introduzida por Freud é regido por dois princípios essenciais. Os veremos a seguir.

O determinismo psíquico de Freud

Quando se trata de analisar as motivações que nos impulsionam a nos comportar de uma forma ou outra, podemos tomar como referência o trabalho de investigação realizado por Sigmund Freud.

Com a teoria do determinismo psíquico se afirma que em nossa mente, assim como no mundo físico que nos rodeia, nada acontece por acaso, mas é determinado por acontecimentos anteriores. Sendo assim, nosso comportamento sempre tem um causa. Dessa forma, nosso comportamento sempre tem uma causa que o determina e da qual, normalmente, somos plenamente conscientes.

Neste sentido, alguns exemplos da teoria do iceberg de Freud poderiam ser comer quando estou com fome, ler porque tenho desejo de aprender, escutar música porque estou feliz e assim sucessivamente.

O inconsciente Freudiano

O princípio do iceberg de Freud também afirma que nem sempre somos conscientes de nossas ações. Pelo contrário, muitos de nossos comportamentos ocorrem sem que nos demos conta. Nestes casos, a causa é desconhecida, pois as razões que justificam nossas ações não se encontram diretamente em nível consciente.

Neste caso, alguns exemplos do inconsciente da teoria do iceberg seriam quando sonhamos, quando esquecemos algo ou quando não conseguimos lembrar de um nome que está na ponta da língua.

Segundo Freud, precisamente o inconsciente é um exemplo bastante significativo de como comparar a mente humana com um iceberg:

  • Parte emersa: a menor em relação ao total da massa de gelo, que representa a consciência.
  • Parte submersa: é a maior parte do iceberg e representa o inconsciente. Constitui o aspecto mais consistente de nossa personalidade e seu conhecimento é indispensável para o tratamento de muitas doenças psíquicas, cujas causas residem precisamente no inconsciente. Além disso, é útil para conhecer a si mesmo/a.

Como aplicar a teoria do iceberg de Freud

Como vimos, Freud postula uma teoria sobre o funcionamento da psique humana baseada no conceito de equilíbrio entre energias psíquicas. Segundo este princípio, as instâncias racionais do Eu consciente se contrapõem às aparentemente infundadas da estrutura psíquica inconsciente (I'Es), assim como as numerosas regras de convivências social que cada indivíduo se vê obrigado a aceitar quando vive em sociedade (o Super-Ego).

Através desta perspectiva, os comportamentos das pessoas são determinados pelo conflito interior entre consciente e inconsciente, que se perpetua de maneira incessante na psique de cada indivíduo. Cada escolha é uma luta entre instinto de vida e morte, entre libido (eros) e destrudo (thanatos).

Se levarmos essa teoria ao extremo, segundo a psicanálise, cada ação do indivíduo encontra uma base de motivação inconsciente, até o ponto de que logo se populariza a metáfora da mente humana como de um iceberg. Explicamos a seguir:

O comportamento dos indivíduos seria a ponta do iceberg, que durante a navegação aparece em toda sua grandeza e majestade. Mas se pudéssemos observar o que acontece nas profundezas do mar, descobriríamos que a parte emergente representa apenas uma décima parte de toda estrutura de gelo.

Do mesmo modo, o comportamento humano é o resultado aparentemente racional de enormes energias psíquicas submersas, que não é possível encontrar senão indiretamente, através de expressões particulares do inconsciente como nos sonhos, em lapsos, em substituições ou em esquecimentos.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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  • De Beni, M., Bommassar, R., Grossele, L. (1999). Psicologia e sociologia. Corso introduttivo. Roma: Città Nuova Editrice.
  • Testa, E. (2019). Freud, l’iceberg e la prima topica: quanto sono belli e mostruosi gli abissi! Disponível em: <https://il-cosmo.com/2019/12/05/freud-liceberg-e-la-prima-topica-quanto-sono-belli-e-mostruosi-gli-abissi/> Acesso em: 23 de março de 2022
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