Psicologia clínica

Psicopatia infantil: sintomas, causas e tratamento

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 9 maio 2023
Psicopatia infantil: sintomas, causas e tratamento

A psicopatia infantil é uma problemática de saúde mental que afeta milhares de crianças ao redor do mundo. Em linhas gerais, essas crianças apresentam uma forte falta de empatia e desinteresse com relação ao entorno que os rodeia. Neste sentido, compreender os motivos que levam a uma criança a ter comportamentos que não são aceitos socialmente é importante para garantir uma detecção precoce do problema e avaliar modos possíveis de intervenção.

As ações de crianças que prejudicam outras pessoas e que não mostram sentimentos de arrependimento e/ou ideias de recompensar o dano causado têm despertado o interesse de muitos pesquisadores que se dedicam a essa temática.

Neste artigo de Psicologia-Online, falaremos sobre a psicopatia infantil: sintomas, causas e tratamento.

Índice

  1. O que é a psicopatia infantil
  2. Características da psicopatia infantil
  3. Causas da psicopatia infantil
  4. Psicopatia infantil tem cura?

O que é a psicopatia infantil

A psicopatia infantil é um transtorno de saúde mental que pode se manifestar durante a infância. Em termos gerais, a psicopatia infantil consiste em padrões repetitivos de comportamentos antissociais comandados pela manipulação e a falta de empatia nos vínculos interpessoais. Apesar de que não exista uma delimitação clara sobre essa problemática, é possível encontrar sobre a psicopatia infantil dentro do transtorno de personalidade antissocial que aborda o DSM-5[1]. A seguir, veremos os critérios diagnósticos para identificar um quadro clínico:

  • Desrespeitar normas.
  • Intencionalidade de dominar uma situação em benefício pessoal e prejuízo alheio.
  • Impulsividade.
  • Falta do sentimento de culpa.
  • Deterioro das relações sociais, profissionais e familiares.
  • As alterações não podem ser explicadas pela ingestão de medicamentos e/ou substâncias tóxicas.

Cabe esclarecer que esse diagnóstico se realiza após a pessoa completar 15 anos de idade. No entanto, compartilham algumas características com a psicopatia infantil.

Características da psicopatia infantil

As manifestações da psicopatia infantil pode ser detectada mediante a observação de comportamentos, emoções e interpretação dos pensamentos. Nesta seção, comentaremos sobre os principais sintomas:

  • Falta de empatia
  • Manipulações
  • Sentimentos de inferioridade
  • Impulsividade
  • Relações sociais inconstantes
  • Comportamentos antissociais violentos com pessoas e com animais
  • Baixo rendimento escolar

Causas da psicopatia infantil

Existem vários motivos que explicam a psicopatia infantil. De fato, esse quadro clínico está determinado por uma soma de fatores genéticos, ambientais e sociais que se apresentam na vida de uma criança. A seguir, descubra as principais causas da psicopatia infantil:

  • Fatores genéticos: a herança genética por parte dos progenitores diagnosticados com esse transtorno de saúde mental pode se predispor aos mesmos sintomas. Vale esclarecer que existem alterações nas conexões neurais que se produzem no sistema nervoso central, o qual incide no processamento de estímulos provenientes de fatores externos.
  • Fatores ambientais: as vivências infantis traumáticas influenciam no desenvolvimento da personalidade. Aqui se pode mencionar que os abusos sexuais, a violência verbal e/ou física, as perdas de entes queridos, as proibições e outras situações difíceis de superar representam um papel fundamental para a pessoa.
  • Fatores sociais: o entorno que rodeia a pessoa pode incidir no fortalecimento de comportamentos antissociais. Isso pode ser fomentado por meio de atitudes hostis de um grupo de pessoas, roubos, violência, entre outros.

Psicopatia infantil tem cura?

A psicopatia infantil pode ser abordada por meio de diversos focos que tenham demonstrado ter uma alta eficácia nesses casos. Os tratamentos da psicopatia infantil incluem:

  • Terapia psicológica: ajuda a criança a regular seus impulsos, controlar suas ações e estabelecer novos hábitos em relação a outras pessoas. Da mesma forma, é importante trabalhar a comunicação e a empatia e fomentar comportamentos socialmente aceitos. Em linhas gerais, os focos mais implementados nesses casos são a terapia cognitivo-comportamental e a psicanálise, que tenta situar a origem dos conflitos da criança para enfrentar as situações da vida.
  • Medicação psiquiátrica: existem medicamentos que regulam a ansiedade e a impulsividade por meio de modificações no funcionamento cerebral. No entanto, essa indicação sempre deve ser supervisionada por um profissional de saúde mental.
  • Estabelecimento de limites claros: a psicopatia infantil deve ser abordada a partir do estabelecimento de proibições claras que tenham consequências diretas nas ações da criança. Isso é útil para que a pessoa tenha consciência de seus pensamentos e avalie outras modalidades.
  • Compreender o significado de suas ações: em algumas situações, as crianças tentam expressar seus conflitos internos por meio de comportamentos prejudiciais para seu entorno. No entanto, isso não significa que tenha um desejo concreto de realizá-lo, mas sim que tentam chamar a atenção de seus familiares. Por este motivo, falar sério e questionar os seus motivos é fundamental para evitar problemas no futuro.
Psicopatia infantil: sintomas, causas e tratamento - Psicopatia infantil tem cura?

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales (5ta edición). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Halty, L., Prieto-Ursúa, M. (2015). Psicopatía infanto-juvenil: Evaluación y tratamiento. Revista Papeles del Psicólogo, 36 (2), 117-124.
  • Vinet, E. (2010). Psicopatía infanto-juvenil: avances en conceptualización, evaluación e intervención. Revista Terapia Psicológica, 28 (1), 109-118.
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