Teoria da identidade social: características, exemplos e críticas
O ser humano é um ser social. Esta definição é conhecida e, por sua vez, nos faz refletir sobre a posição que adotamos como pessoas enquanto transitamos pela vida. O estudo do ser humano despertou o interesse de muitos autores por buscar respostas a incógnitas como a influência dos grupos sociais.
Se você se interessa em conhecer mais sobre o valor que há em estar em contato com diversos grupos sociais, que influencia os lugares de pertencimento têm ou os fatores que influenciam na socialização, a informação que iremos expor a seguir pode te interessar. Objetivamente, neste artigo de Psicologia-Online, falaremos sobre a teoria da identidade social: características, exemplos e críticas.
O que é a teoria da identidade social
A teoria da identidade social foi postulada por Henry Tajfel, um psicólogo social que estudou os comportamentos do ser humano quando este se vincula com certos grupos sociais. Desta maneira, pôde formular a conclusão sobre o fato de pertencer a um grupo social com determinadas características modificar e moldar aspectos individuais de cada pessoa.
Dito de outra forma, é possível conseguir uma identidade própria através do vínculo social em grupo.
Características da teoria da identidade social
A teoria da identidade social de Tajfel possui duas características relevantes que devem ser levadas em conta. A seguir, vamos expor quais são:
- Autoconceito: conhecimento próprio em relação com as interações sociais. Desta maneira, aumenta-se a percepção pessoal do vínculo social e do significado emocional que tem para cada um/a. Além disso, é preciso levar em conta que pertencer a vários grupos sociais pode mudar em função das características que estejam em jogo. De fato, o autoconceito pode ter uma orientação positiva, dado que surgem as diferenças com outros grupos sociais.
- Princípio de acentuação: consiste em maximizar aspectos positivos da pessoa que se encontra em contato com um grupo social. Neste sentido, cabe destacar que se produz uma comparação com outros grupos sociais que podem refletir a idade de superioridade ou inferioridade. Esta variável dependerá de como se organiza a dinâmica do grupo.
Além disso, em sua teoria da identidade social, Tajfel faz uma distinção da noção de grupo. Por um lado, o grupo de pertencimento que ressalta características positivas é denominado endogrupo, enquanto as pessoas pertencentes a outros grupos sociais são catalogadas como adversários e colocadas em um grupo chamado exogrupo.
Fases da teoria da identidade social de Tajfel
Segundo a teoria da identidade social de Tajfel, se passar por três fases para conseguir pertencer a um endogrupo ou a um exogrupo. Neste tópico, veremos quais são:
- Fase de categorização: tendência que a pessoa tem de se classificar a si mesma e a outras pessoas dentro de certos grupos sociais para conseguir o autoconceito.
- Fase de identificação social: quando a identificação social se consolida, a pessoa tenta agir segundo as normas imersas no grupo social de pertencimento. Isto repercute a nível emocional na autopercepção.
- Fase de comparação social: o fato de pertencer a um determinado grupo social produz uma comparação com membros de outros exogrupos. Por sua vez, se ressaltam aspectos negativos do exogrupo e percebem mais aptidões positivas do grupo de pertencimento. Descubra quais são as aptidões pessoais: lista e exemplos.
Exemplos da teoria da identidade social de Tajfel
Com o objetivo de clarear as possíveis dúvidas ao redor da teoria da identidade social de Tajfel, exemplificaremos os aspectos mais característicos da mesma com situações cotidianas:
- Uma pessoa é simpatizante de uma equipe de futebol: o fato de pertencer a uma equipe esportiva fornece um marco de referência que a identifica com certas qualidades positivas. Por outro lado, ela vincula outras equipes a aspectos negativos.
- Uma mulher adere a determinadas ideias políticas: pertencer a um partido político pode te dar um lugar de identificação que implique uma valorização positiva de sua personalidade. Por sua vez, tenderá a desvalorizar outros partidos políticos com ideais diferentes, já que são vistos como adversários.
Críticas à teoria da identidade social de Tajfel
Além das questões que se destacam na teoria da identidade social de Tajfel, ela também recebeu algumas críticas. Neste tópico, mencionaremos as mais relevantes:
- Minimização do individualismo: esta teoria aponta em como a influência social desenvolve a personalidade. No entanto, a noção dos aspectos próprios e individuais de cada ser humano parece ficar em segundo plano e sem importância.
- Redução do papel da cultura: além das considerações grupais que se manifestam neste marco teórico, é importante questionar o papel que a cultura e a história possuem no surgimento de comportamentos grupais, dado que a teoria dá uma importância maior aos fatores sociais.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- Peris Pichastor, R., Agut Nieto, S. (2007). Evolución conceptual de la Identidad social. El retorno de los procesos emocionales. Revista Electrónica de Motivación y Emoción, 10 (26), 1-10.
- Scandroglio, B., López Martínez, J., San José Sebastián, M.C. (2008). La teoría de la identidad social: una síntesis crítica de sus fundamentos, evidencias y controversias. Revista Psicothema, 20 (1), 80-89.