Psicologia cognitiva

O que é flexibilidade cognitiva

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 11 setembro 2023
O que é flexibilidade cognitiva

A flexibilidade cognitiva é uma das qualidades que define o ser humano e lhe confere consistência devido à forma como processa informações. Muitas pessoas possuem essa habilidade altamente desenvolvida e podem aplicar raciocínios avançados em situações cotidianas. Isso se reflete em suas atitudes em relação a outras pessoas e até mesmo em seus comportamentos. No entanto, podem surgir dificuldades em adaptar adequadamente seus pensamentos, ideias e/ou situações do ambiente social. Por essa razão, cada ser humano é único e apresenta peculiaridades que o definem por completo.

Neste artigo de Psicologia-Online, forneceremos informações sobre o que é a flexibilidade cognitiva e como trabalhá-la.

Índice

  1. O que é flexibilidade cognitiva
  2. Para que serve a flexibilidade cognitiva
  3. Atividades para trabalhar a flexibilidade cognitiva em adultos
  4. Exercícios de flexibilidade cognitiva para crianças

O que é flexibilidade cognitiva

A flexibilidade cognitiva é a capacidade que os seres humanos têm de adaptar suas crenças e ações diante das mudanças nos ambientes em que estão. Essa habilidade permite que uma pessoa seja capaz de deixar de lado suas próprias ideias e comportamentos, quando necessário, para fazer alterações.

Por esse motivo, essa habilidade se contrapõe à rigidez que pode ser um obstáculo para se adaptar a qualquer eventualidade que envolva sair da rotina e/ou dos hábitos. Em outras palavras, ela melhora a resolução de conflitos e a criação de alternativas que representam mudanças.

A flexibilidade cognitiva não se limita a situações específicas, mas possibilita a aceitação de ideias e ações vindas de outras pessoas. Pode desenvolver-se por meio da resolução de diversos problemas, da exposição a diferentes perspectivas e da prática de atividades que desafiam o pensamento rotineiro.

Para que serve a flexibilidade cognitiva

Desenvolver essa capacidade pode trazer diversos benefícios que ajudam as pessoas. A seguir, destacamos para que serve a flexibilidade cognitiva:

  • Maior tolerância à frustração: algumas mudanças podem resultar em desilusões, uma vez que os resultados são diferentes das expectativas. Introduzir alterações nos esquemas mentais permite uma adaptação melhor diante de situações desafiadoras;
  • Desenvolvimento da empatia: quando alguém é capaz de mudar seu ponto de vista devido à persistência de crenças opostas, é necessário compreendê-las profundamente. Assim, a empatia permite reconhecer os sentimentos e ideias alheios sem evitar confrontá-los;
  • Comunicação eficaz: indivíduos capazes de ajustar seu foco inicial tendem a ter uma comunicação mais eficaz com seu entorno. Isso ocorre porque consideram a perspectiva de grupos sociais;
  • Resiliência: promover a flexibilidade cognitiva oferece oportunidades para superar adversidades que possam surgir. Dessa forma, a pessoa tem mais opções à disposição caso não possa seguir seu plano inicial. Para saber mais, confira nosso artigo sobre "Resiliência: o que é e como ser resiliente".

Atividades para trabalhar a flexibilidade cognitiva em adultos

Adotar uma abordagem inclusiva para processar informações externas proporciona maior tranquilidade e estabilidade emocional. Para desenvolvê-la, é interessante realizar atividades que trabalhem a flexibilidade cognitiva em adultos. Vejamos alguns exemplos a seguir:

  • Participar de debates: envolver-se em grupos sociais implica lidar com diferentes pontos de vista sobre diversos temas. Participar de espaços de discussão é uma prática que ajuda a se adaptar a qualquer mudança que apareça em sua vida;
  • Praticar esportes em equipe: existem espaços de lazer onde é possível praticar esportes coletivos, como futebol, basquete, vôlei, handebol, entre outros. Nestas atividades, ocorrem diferenças na tomada de decisões que devem ser consensuais entre membros da equipe;
  • Jogos de tabuleiro: jogos como xadrez e damas exigem habilidades mentais eficientes. Para jogar de forma adequada, é importante variar as estratégias em resposta às mudanças provocadas pelo adversário;
  • Meditação: a meditação tem como objetivo reduzir a importância de certos pensamentos que têm um impacto negativo na vida de uma pessoa. Nesse sentido, permitir que outros raciocínios venham à tona e incorporá-los à forma de processar as situações proporciona um maior alcance de flexibilidade cognitiva.
O que é flexibilidade cognitiva - Atividades para trabalhar a flexibilidade cognitiva em adultos

Exercícios de flexibilidade cognitiva para crianças

As alterações que mencionamos não são exclusivas de adultos, podendo surgir também durante a infância. Para abordar essa questão, podem ser realizados exercícios de flexibilidade cognitiva para crianças, como por exemplo:

  • Mudanças nas regras dos jogos: uma das opções viáveis é introduzir modificações nas regras dos jogos. Isso permite que as crianças desenvolvam maior tolerância às mudanças e à frustração que podem experimentar;
  • Jogos de memória: em um ambiente descontraído e confortável, é possível estimular a memória das crianças para que elas recordem objetos e/ou pessoas. Isso contribui para o desenvolvimento da capacidade de atenção e concentração, essenciais para que possam modificar seus esquemas cognitivos;
  • Arte: em atividades artísticas nas quais as crianças se sintam à vontade, pode-se pedir que desenhem, pintem e/ou representem diferentes cenários. Isso ajuda a desenvolver uma maior flexibilidade diante de mudanças repentinas.

Apesar dos exercícios e atividades sugeridos tanto para crianças quanto para adultos, a persistência desse problema pode ser um indicador de uma questão mais séria. Por isso, é importante procurar um profissional de saúde se a dificuldade em desenvolver a flexibilidade cognitiva estiver sendo a causa de outras dificuldades.

O que é flexibilidade cognitiva - Exercícios de flexibilidade cognitiva para crianças

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Restrepo Ruiz, S. (2016). Evaluación e intervención de la flexibilidad cognitiva. Facultad de Psicología, Universidad Cooperativa de Colombia.
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