Psicologia clínica

Obsessão na psicologia: o que é, causas, sintomas e tratamento

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 16 novembro 2021
Obsessão na psicologia: o que é, causas, sintomas e tratamento

Quantas vezes nos pegamos pensando sem parar em alguma coisa? Quantas vezes a mesma imagem passa pela sua cabeça? Os seres humanos utilizam a mente para muitas atividades do dia a dia. Quando pensamos em algo, geralmente aparecem imagens relacionadas a isso em nossa tela mental. Podem estar presentes, inclusive, os sons que fizeram parte da cena e as emoções que sentimos.

No entanto, às vezes temos pensamentos que não são voluntários, isto é, que surgem de modo espontâneo sem termos previsto. Este tipo de ideia parece não ter fim e pode se tornar difícil de lidar caso não se tenha as ferramentas adequadas. Quer saber mais sobre isso? Neste artigo de Psicologia-Online traremos informações sobre obsessão na psicologia: o que é, causas, sintomas e tratamento.

Índice

  1. O que é obsessão
  2. Causas da obsessão na psicologia
  3. Sintomas da obsessão na psicologia
  4. Tratamento da obsessão na psicologia

O que é obsessão

A definição de obsessão na psicologia está ligada aos pensamentos, imagens e memórias que surgem de forma involuntária e se repetem com constância em nossa mente. As obsessões podem ficar no plano mental ou se manifestarem em determinadas ações que uma pessoa sente que deve fazer para ter uma certa segurança sobre algum fato que cause preocupação.

A pessoa que sofre com as obsessões têm sensações desagradáveis, já que não consegue as controlar. De acordo com o DSM-5[1], esse quadro clínico é chamado de transtorno obsessivo-compulsivo. Nesse outro artigo aborda-se os tipos de TOC.

Causas da obsessão na psicologia

Na psicologia, explica-se o surgimento da obsessão por certos fatores que descreveremos a seguir:

  • Imitação de comportamento: os seres humanos possuem referenciais ao longo da vida e dos quais adquirem certos traços. Dessa forma, uma das causas da obsessão pode ser a imitação de comportamentos familiares cujo padrão é de caráter obsessivo. É possível que o indivíduo imite esses padrões e eles perdurem ao longo do tempo.
  • Experiências desagradáveis: viver momentos estressantes pode levar à formação de certas obsessões. Por exemplo, alguém cuja casa foi assaltada pode desenvolver o hábito obsessivo de checar dez vezes se a porta está trancada antes de sair, já que há um medo de que a situação anterior ocorra novamente.
  • Aspectos genéticos: a herança genética poderia estar vinculada ao surgimento de obsessão, tendo em vista que certas áreas do córtex cerebral são responsáveis pelo processamento das informações provenientes do entorno. No caso das pessoas que sofrem de obsessão, é possível que as conexões neuronais sejam diferentes, ainda que isso não esteja totalmente comprovado.

Sintomas da obsessão na psicologia

Para detectar as obsessões, é importante conhecer como elas aparecem, já que isso permitirá abordá-las da melhor maneira possível. A seguir, veremos os principais sintomas da obsessão na psicologia:

  • Pavor excessivo em relação à sujeira.
  • Necessidade imperativa de manter a ordem e/ou a limpeza.
  • Comportamentos repetitivos e duradouros: por exemplo, verificar se as luzes estão apagadas mais de uma vez.
  • Repetição de certas palavras que podem representar algo importante para o indivíduo.
  • Dificuldade de permanecer em ambientes bagunçados.
  • Pensamentos desagradáveis sobre sexo e religião.
  • Surgimento de um intenso sentimento de culpa.
  • Hábitos de vida rígidos e não-modificáveis.

Para que essas manifestações sejam consideradas uma obsessão, devem permanecer ao longo do tempo. Além disso, a presença de alguns desses sintomas não representa necessariamente a existência de uma obsessão. O diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde, que irá sugerir um tratamento adequado às necessidades particulares do paciente, considerando as características e a gravidade do caso.

Tratamento da obsessão na psicologia

Como curar uma obsessão? Há alguns tratamentos voltados para esse fim, e os mais recomendados são os seguintes:

Psicoterapia

A realização de uma terapia psicológica permite abordar os problemas que surgem a partir dos comportamentos e ideias de característica obsessiva. Na psicoterapia, há dois tipos de terapia:

  • De curta duração: tratamentos em que se trabalha a resolução de problemas por meio de técnicas de exposição progressiva aos estímulos que desencadeiam as obsessões. Este enfoque dá ênfase às dificuldades que o sujeito tem em lidar com as situações da vida e busca modificar pensamentos, emoções e condutas.
  • De longa duração: buscam encontrar no passado a origem dos conflitos internos do sujeito. Isso possibilita enfrentar determinadas situações de outra maneira, pois se entende que os problemas atuais são fruto de situações ocorridas no passado. Um exemplo desse tipo de terapia é a psicanálise.

Medicação psiquiátrica

A administração de medicamentos é um dos tratamentos para a obsessão na psicologia. A medicação pode alterar o funcionamento cerebral, dando alívio para pacientes que sofram de obsessões. No entanto, não se recomenda o uso de medicamentos psiquiátricos sem a supervisão de um profissional da saúde mental.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales, quinta edición. Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • NAVARRA BAYÓN, D. (2004). Características y tratamiento del trastorno obsesivo resistente al tratamiento. Revista Psicothema, 16 (2), 241-247.
  • SANZ VELLOSILLO, P., Fernández-Cuevas Vicario, A. (2015). Trastorno obsesivo compulsivo. Revista Medicine, 11 (84), 5008-5014.
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