Sequestro emocional: o que é e como evitá-lo
As emoções constituem uma parte importante de nossa realidade desde o início da humanidade. No entanto, nem sempre somos capazes de controlar as reações que produzem e que inclusive podem nos levar a agir de forma desproporcional diante de determinadas circunstâncias. Depois deste tipo de reações é comum sentir culpa ou arrependimentos ao nos darmos conta de que agimos de forma exagerada. Se isto aconteceu com você, é possível que tenha passado por um sequestro emocional.
Com a finalidade de aprofundar no tema, neste artigo de Psicologia-Online falaremos sobre Sequestro emocional: o que é e como evitá-lo. A ideia é que aprenda a identificar suas emoções para que seja capaz de controlá-las e fazer com que joguem a seu favor.
O que é sequestro emocional
O sequestro emocional é uma resposta do sistema límbico diante de qualquer situação de ameaça que a pessoa experimenta. Este sistema age para limitar a capacidade de raciocínio ou lógica do neocórtex. Deste modo, ao sentir um sinal de alerta o corpo ativa a amígdala para segregar hormônios como o cortisol ou a adrenalina, com a finalidade de preparar o organismo para fugir ou lutar.
Portanto, o sequestro emocional é o domínio das emoções sobre o raciocínio. Isto faz com que as pessoas ativem diversos mecanismos de defesa que incluem reações intuitivas e até a perda momentânea da memória. A duração de um sequestro emocional tem a ver com a inteligência emocional de cada um e com o controle que possuem sobre suas próprias emoções.
Dessa forma, as pessoas que sofrem de um sequestro emocional geralmente não recordam com clareza suas atitudes e podem perder a capacidade de se comunicar de forma lógica e coerente, já que o sistema límbico toma o controle de forma momentânea, limitando as respostas controladas, analisadas ou racionais.
Por que os sequestros emocionais acontecem
O que provoca um sequestro emocional? O psicólogo estadunidense Daniel Goleman, introduz em seu livro "A Inteligência Emocional" que este tipo de sequestros se manifesta quando as próprias emoções, geralmente as negativas como, por exemplo, o medo, o ódio, a ira ou a raiva, entre outras, são capazes de "sequestrar" a amígdala do cérebro, que é a parte encarregada do controle emocional.
Portanto, quando o cérebro detecta um perigo iminente ou certos fatores estressantes, começa uma descarga de adrenalina e de outros hormônios de sobrevivência para fazer com que o corpo faça frente a esse suposto perigo, deixando momentaneamente bloqueada a capacidade de análise, lógica e reflexão.
É por isso que, durante o sequestro emocional, as decisões racionais ficam limitadas, já que o córtex superior do cérebro se desativa e as pessoas tendem a ser mais reativas que racionais. Além disso, toda a atenção se centra em atender a emoção manifestada, pois se perde o enfoque analítico da situação.
Consequências de um sequestro emocional
Como as pessoas agem mediante um sequestro emocional? O sequestro emocional desconecta a lógica e o raciocínio para ativar as reações primitivas alojadas no cérebro subconsciente. Portanto, algumas das consequências do sequestro emocional são:
- Nervos descontrolados e alteração da circulação sanguínea.
- Superestimulação do organismo por causa da produção descontrolada de hormônios reativos.
- Bloqueio da parte cognitiva e analítica do cérebro.
- Aumento dos níveis de estresse e ansiedade.
- Aparição de algumas reações somáticas: por exemplo, dificuldade para respirar, aceleração dos batimentos do coração, tonturas, entre outras.
- A menta fica nublada e certas lembranças do evento ficam limitadas.
- Ocorrem reações momentâneas, sem pensar nas consequências futuras.
Durante um sequestro emocional se age a partir do irracional e muitas vezes quando se passa a tormenta, surgem os arrependimentos por ações cometidas.
Como evitar um sequestro emocional
Existem diferentes estratégias para evitar um sequestro emocional. Uma das mais efetivas é aumentar sua inteligência emocional para que aprenda a abordar de maneira proativa as próprias emoções ou as dos outros. Além disso, pode colocar em prática as seguintes recomendações:
- Reconheça suas emoções: ao invés de reprimir o que sente, se dê espaço para identificas suas sensações com a finalidade de sintonizar com elas. Desta maneira, poderá controlá-las com maior assertividade.
- Mude a configuração imediatamente: umas das técnicas mais efetivas para controlar um sequestro emocional é respirar contando até 10 ou pensar em um problema matemático simples, já que dessa maneira sua mente se concentrará em outro ponto e não na emoção que procura te dominar.
- Compartilhe sua carga ou procure ajuda: se você se sente sobrecarregado/a, o melhor é que procure se desafogar com alguém de confiança ou buscar a ajuda de algum profissional que te ajude a superar a situação.
Exemplos de sequestro emocional
Como já mencionamos anteriormente, o sequestro emocional é parte da resposta de luta ou fuga que desde sempre a espécie humana tem. Por isso, existe uma grande quantidade de exemplos de sequestro emocional que se experimentam diariamente. Te deixamos alguns deles a seguir:
- Se um animal selvagem ataca: nestes casos, a pessoa ativa seu sistema de sobrevivência para fugir do lugar ou se defender. Pois bloqueia a parte racional ou cognitiva de seu cérebro.
- Quando alguém te insulta: quando uma pessoa que te aprecia muito te insulta ou fala mal de você sem aviso prévio, experimentará raiva ou incômodo pelo ocorrido.
- Se você sente muitos ciúmes por seu/sua companheiro/a e não pode controlar essas emoções, ocorre um arrebatamento emocional que pode terminar em discussões. Neste artigo você encontrará Como deixar de ser ciumento.
- Descobre que alguém te traiu ou tem alguma discussão com um membro de sua família e começa uma discussão acalorada.
Em qualquer caso, o importante é reconhecer que a maioria destas situações podem ocorrer em qualquer momento de nossa vida, portanto devemos aprender a controlá-las com tato e assertividade.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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