Emoções

Tipos de tristeza: características e exemplos

 
Gianluca Francia
Por Gianluca Francia, Psicólogo. 17 junho 2021
Tipos de tristeza: características e exemplos

A tristeza é uma das emoções básicas que cada um de nós sente quando o vínculo emocional com alguém importante está em perigo, mas também em relação a si mesmo. Tristeza é, na verdade, o nome da emoção básica e genérica que normalmente se expressa com ausência de sorrisos e um olhar abatido.

Nós nos sentimos tristes porque uma de nossas necessidades básicas não foi atendida e, normalmente, não gostamos muito dessa emoção porque ela traz consigo um estado de mal estar. A realidade é que essa emoção, como todas as outras, pode ser vivida em diferentes graus de intensidade e não há uma só tipologia da tristeza. Nesse artigo de Psicologia-Online, descobriremos quais são os diferentes tipos de tristeza, suas características e exemplos.

Índice
  1. Angústia
  2. Dor
  3. Luto
  4. Desespero
  5. Sofrimento
  6. Desesperança
  7. Impotência
  8. Resignação
  9. Distração
  10. Desânimo
  11. Decepção
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Angústia

Um dos tipos de tristeza que se refere a um estado de sofrimento psíquico e físico caracterizado por intensos sentimentos de ansiedade e depressão, medo difuso, insegurança e sensação de perigo iminente, acompanhado também de sintomas físicos, endocrinológicos e comportamentais. A angústia pode estar associada aos seguintes fatores:

  • Uma sensação temporária: diminuirá quando a mesma condição que a gerou chegar ao fim.
  • Existencial: situação que pode se prolongar com o tempo e que está associada a um forte sentimento de medo e de catástrofe iminente.

Quando a angústia se prolonga por muito tempo, o indivíduo é conduzido a estados de melancolia intensa, até chegar a verdadeiros estados depressivos. A angústia pode estar correlacionada a vários problemas que, ao longo da vida, nunca foram enfrentados de maneira adequada.

Dor

Há momentos em que a verdadeira essência do que sentimos parece estar envolta em dor. São momentos em que, para além da ausência total de uma possível saída, percebemos que já não somos mais os mesmos. Temos dificuldades de concentração, nos sentimos cansados, desinteressados ou irritados.

Muitas pessoas reagem dessa forma à dor psicológica. É uma reação normal aos acontecimentos adversos da vida como lutos, fracassos ou perdas importantes: é a forma pela qual vivemos a tristeza, a dor e a perda.

Quando pode aparecer a tristeza? Por um lado, talvez uma pessoa passe muito tempo no passado, vivendo de arrependimentos, talvez lembrando de períodos felizes de uma vida passada que não voltará mais. Por outro lado, também há uma comparação com os outros, como se parecesse que vivem uma vida mais feliz e contente do que quem sofre e está parado e bloqueado pela própria dor.

Luto

Se você se pergunta quais são os tipos de tristeza, saiba que o luto é um deles. Uma condição, tanto posterior quanto antecipada, à perda de um ente querido, mas que não está necessariamente ligada à morte, já que mesmo o rompimento de uma relação amorosa pode causar sentimentos parecidos ao de abandono e perda. Também pode haver um luto relacionado à perda de emprego que pode pode causar sentimentos e pensamentos do tipo depressivo e ansioso.

Porém, é preciso salientar que o luto pela perda é uma reação normal e inevitável, e que tem sua própria evolução dividida em fases:

  1. Atordoamento, confusão e incredulidade.
  2. Raiva e busca pelo ente querido.
  3. Desespero.
  4. Aceitação da perda.

Nesse artigo, você verá informações sobre como superar o luto.

Desespero

As energias se vão, as esperanças ficam cada vez mais fracas, deixando-nos indefesos e vazios diante de situações para as quais não sabemos dar nenhuma resposta. O desespero faz referência ao abandono da esperança de uma salvação. Na psicanálise e na psiquiatria, é um componente de muitas "síndromes" e indica uma grande combinação de sensações: uma estranha vontade de morrer misturada com uma sensação desarmante de se sentir pequeno e fútil que surge como medo da morte em si.

O desespero é como querer morrer para escapar da sensação insuportável de ter a consciência de quão pequeno e frágil se é. São sentimentos às vezes vividos também com as pessoas a quem se pede ajuda, na medida em que urgência, impotência e sensação de perigo quase se tornam coisas sólidas.

Sofrimento

Há diferentes tipos de tristeza. O sofrimento é uma condição de dor que pode afetar tanto o corpo como a vida emocional do sujeito. Pode derivar diretamente de um trauma físico ou emocional, ou pode ser a expressão de uma aflição interna mais profunda da qual pode ser difícil ou impossível encontrar um fundamento objetivo.

Particularmente, quando o sofrimento está relacionado a uma condição interior do sujeito e é prolongado no tempo, isto é, sua intensidade é tal que inibe ou prejudica a atividade emocional e prática normal do indivíduo. É um sintoma de um transtorno psicológico, por exemplo, dentro do contexto patológico da depressão. Neste artigo mostramos como ajudar alguém com depressão.

Desesperança

Aqueles que não têm esperança aguardam que acontecimentos negativos aconteçam e creem que acontecimentos positivos não podem ocorrer no futuro. Além disso, acreditam que não há nada que possa ser feito para mudar esse cenário sombrio.

Quais sensações podemos ter com a tristeza? Essa atitude negativa em relação ao futuro se encontra frequentemente em algumas condições psicopatológicas como a depressão, entretanto cada vez mais frequentemente está presente também entre os que não apresentam transtornos psicológicos estabelecidos. A falta de esperança se caracteriza por vários componentes:

  • Pensamento não objetivo sobre o futuro.
  • Capacidade limitada de imaginar acontecimentos futuros positivos.
  • Impotência: sentimento de incapacidade para produzir mudanças significativas na própria vida e para ser protagonista dessas mudanças. Sensação de inutilidade e inevitabilidade de um resultado negativo que faz o sujeito sentir que não se pode fazer mudanças.
  • Bloqueio no estabelecimento de objetivos: a busca de seus próprios objetivos encontra obstáculos nos sentimentos de rendição. Um pensamento frequente nesses casos pode ser "nunca irei conseguir o que quero e preciso, e isso é realmente horrível".

Impotência

Como vimos, existem diferentes tipos de tristeza. Nesse caso, a impotência aprendida ou desamparo aprendido é um estado mental que um ser vivo, depois de ter sido exposto a frequentes estímulos adversos, fica relutante em evitar o próximo encontro com esses mesmos estímulos, mesmo que sejam evitáveis.

Isso ocorre presumivelmente por ter aprendido que, apesar dos seus esforços, ele não pode controlar a situação. Se essa condição de impotência continuar ocorrendo em outros contextos ou esferas da vida, o cérebro pode aprender que nessa situação ou evento em particular não há nada que possamos fazer além de esperar que o resultado seja totalmente fatalista.

Por consequência, essa noção de desamparo indica uma situação de impotência extrema, a concepção de que, em detrimento de tudo que se possa fazer, a situação nunca irá mudar. Estamos à mercê do destino e nem eu nem ninguém é capaz de fazer algo para evitar o inevitável. Para superar essa situação, confira esse artigo sobre como ser feliz e encontrar paz interior.

Resignação

Se falamos dos tipos de tristeza, a resignação é um sentimento ambivalente. Essa atitude perante a vida ajuda a recomeçar depois de uma crise. Entretanto, quando se torna um hábito que adotamos em todos os âmbitos da vida, a resignação pode nos deixar em maus lençóis, inclusive nas situações mais promissoras.

Ainda que em geral associemos a resignação a uma ideia de derrota, fracasso e perda irreversível da esperança, saber viver esse sentimento em algumas situações mostra-se frequentemente como uma ferramenta vencedora.

A resignação se transforma em uma função negativa quando é preventiva, isto é, quando já está presente antes de encarar algo, ou quando é imediata e surge diante da primeira dificuldade de um percurso ou projeto. Algumas das frases típicas de uma pessoa com resignação são: "sei que vai dar errado" ou "sabia que isso ia acontecer". Um preconceito sobre si mesmo e sobre a realidade que se estende aos outros ou a todos os âmbitos da vida.

Distração

Nesse caso, falamos de um dos tipos de tristeza conhecido como distração, um estado de extrema preocupação, nervosismo ou perturbação. Também se caracteriza como a qualidade de ser alterado ou agitado pela dúvida, pelo conflito mental ou pela dor.

A distração excessiva pode ser uma mensagem que nossa mente esteja nos enviando para marcar um momento de forte estresse ou cansaço. Se ela se torna crônica, corremos o risco de sofrer um real esgotamento emocional.

Desânimo

O desânimo é um estado psíquico e dos parâmetros físicos relacionados ao polo depressivo da autoconsciência humana, que se caracteriza pela presença de um estado de ânimo apático e depressão. O desânimo absoluto é caracterizado pela relutância em fazer algo e pela falta de interesse em sua posição na vida. É acompanhado de uma ruptura profunda e é um momento concomitante no transtorno depressivo no que diz respeito à esfera afetiva.

Esse estado é um exemplo de tristeza que se caracteriza pela perda do senso temporal, quando não há perspectivas para o futuro e os momentos emocionais do passado se apagam gradualmente. Cada um deles se torna assustadoramente parecido com o anterior - não só toda a esperança ou paixão, como também a própria imagem da pessoa se perde nessa monotonia.

Decepção

Outro dos tipos de tristeza com os quais podemos nos encontrar é a decepção. Quando uma pessoa nos diz algo que não concordamos, podemos reagir de diferentes maneiras, dependendo do nosso estado de humor, da confiança que temos nela e do nosso estilo habitual de comportamento (passivo, agressivo ou assertivo). A decepção, assim, é uma sensação de desgosto e, às vezes, de irritação frente a uma repentina atitude de contrariedade.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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