Transtorno Dissociativo de Identidade: o que é, sintomas e como tratar.


O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) acontece quando uma pessoa tem duas ou mais identidades ou "partes" que se manifestam em momentos diferentes. Essas partes podem ter comportamentos, memórias e até vozes distintas. Geralmente, o TDI está ligado a experiências traumáticas na infância, quando a mente da pessoa tenta se proteger de algo muito doloroso.
Os sintomas podem incluir lapsos de memória, sensação de desconexão com o próprio corpo e mudanças abruptas de personalidade. O tratamento é feito com acompanhamento psicológico, onde o foco é integrar essas partes e ajudar a pessoa a se sentir mais inteira e acolhida.
Por ser um tema tão delicado e essencial, hoje, no Psicologia-Online, vamos conversar sobre o Transtorno Dissociativo de Identidade: o que é, sintomas e como tratar. Vamos juntos entender mais sobre esse assunto com empatia e cuidado?
1. Como se comporta uma pessoa com Transtorno Dissociativo de Identidade?
Uma pessoa com Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) pode apresentar comportamentos que, à primeira vista, parecem confusos. Esse transtorno, geralmente ligado a traumas, faz com que ela manifeste diferentes identidades ou “partes” de si mesma. Cada uma dessas partes tem seu próprio jeito de agir, pensar e sentir, como se fossem personalidades distintas.
No dia a dia, essas mudanças podem ser percebidas em momentos específicos. Por exemplo, a pessoa pode estar tranquila e, de repente, exibir outro comportamento ou atitude, como se fosse outra pessoa. Essas “partes” podem assumir o controle em diferentes situações, e, muitas vezes, ela não se lembra do que aconteceu enquanto isso ocorreu. Além disso, é comum sentir-se desconectada, como se não pertencesse ao próprio corpo ou estivesse apenas “assistindo” sua vida de fora.
Esse comportamento pode parecer estranho para quem convive com a pessoa, mas é importante entender que o TDI é uma forma que a mente encontrou para lidar com dores profundas. Não se trata de algo intencional ou exagerado. O acolhimento, a paciência e o respeito são fundamentais. Buscar ajuda psicológica é essencial para que ela possa integrar essas partes e encontrar mais equilíbrio em sua vida. Empatia faz toda a diferença.

2. Sintomas de transtorno dissociativo de identidade
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) apresenta sintomas que podem parecer confusos, mas refletem uma tentativa da mente de lidar com experiências traumáticas. Um dos principais sinais é a presença de duas ou mais identidades ou “partes” dentro da mesma pessoa. Essas partes podem se manifestar de forma diferente, com comportamentos, vozes ou até gostos distintos, como se fossem pessoas separadas.
Outro sintoma comum é a perda de memória, onde a pessoa não se lembra de momentos importantes da sua vida ou até de coisas que acabou de fazer. Pode haver também uma sensação de desconexão do corpo ou da realidade, como se ela estivesse observando a própria vida de fora.
Muitas vezes, a pessoa pode se sentir confusa ou até com medo das mudanças abruptas de humor ou comportamento, sem entender o que está acontecendo. Esse quadro costuma estar ligado a vivências difíceis, principalmente na infância, quando a mente criou essas "partes" como uma forma de proteção.
É essencial lembrar que o TDI não define quem a pessoa é. Com apoio psicológico, ela pode aprender a entender suas partes, integrar experiências e viver de forma mais equilibrada. O mais importante é oferecer acolhimento, escuta e compreensão.

3. O que leva uma pessoa a ter TDI?
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) geralmente está ligado a experiências traumáticas vividas na infância. Quando uma criança enfrenta situações de dor intensa, medo ou abuso, seja físico, emocional ou sexual. Sua mente tenta proteger a parte mais vulnerável dela.
Isso pode levar à criação de “partes” ou identidades diferentes, como uma forma de se afastar da dor que não consegue suportar. É como se, diante de algo muito difícil, a mente dissesse: “Eu não aguento isso sozinha, então vou dividir essa carga.”
Essas “partes” acabam assumindo papéis diferentes para lidar com o que aconteceu. Algumas podem ser mais fortes e protetoras, enquanto outras carregam as memórias dolorosas. Esse mecanismo, embora seja uma forma de defesa, pode trazer desafios ao longo da vida, já que a pessoa pode se sentir desconectada ou até confusa com essas mudanças internas.
É importante lembrar que o TDI não é uma escolha ou algo que a pessoa faça de propósito. Ele é um reflexo de como a mente tentou sobreviver a situações extremas. Com o apoio certo como terapia acolhedora e sem julgamentos é possível reconstruir essa conexão interna e trazer mais harmonia para quem vive com TDI.

4. Transtorno Dissociativo de Identidade tem tratamento?
Sim, o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) tem tratamento, e isso é uma notícia muito importante para quem convive com essa condição ou para quem deseja ajudar alguém. O TDI geralmente está ligado a experiências traumáticas vividas na infância, e o tratamento busca ajudar a pessoa a compreender e integrar as diferentes partes de si mesma, de forma acolhedora e sem pressa.
A psicoterapia é o principal caminho para tratar o TDI. Nela, o psicólogo cria um espaço seguro e de confiança, onde a pessoa pode explorar suas vivências e entender as razões por trás de suas experiências. O objetivo não é "eliminar" as identidades, mas ajudar a pessoa a se sentir mais conectada e em harmonia consigo mesma.
Além disso, algumas pessoas podem se beneficiar de acompanhamento psiquiátrico, especialmente para lidar com sintomas como ansiedade ou depressão, que podem surgir junto com o TDI.
O mais importante é saber que não é um processo rápido, mas que é possível alcançar qualidade de vida com o apoio certo. Para quem está passando por isso, lembrar que você não está sozinho e que é possível encontrar acolhimento e apoio faz toda a diferença. O caminho começa com um passo: buscar ajuda com um profissional de confiança.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- Negro Junior PJ, Palladino-Negro P, Louzã MR. Dissociação e transtornos dissociativos: modelos teóricos. Braz J Psychiatry [Internet]. 1999Dec;21(4):239–48. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-44461999000400014. Acessos: 28 de novembro de 2024.